terça-feira, 22 de setembro de 2009

Bandidos sequestram e tocam fogo em ônibus na Maré

Passageiros roubados

Quatro bandidos armados com pistola sequestraram um ônibus da viação Paranapuan com mais de 20 passageiros, na manhã desta segunda-feira. O ataque aconteceu na Linha Amarela, próximo da entrada da Vila do João. O motorista foi obrigado a dirigir até o interior da Vila dos Pinheiros, onde o veículo foi incendiado.

Nenhum passageiro ficou ferido.Os bandidos aproveitaram que o ônibus parou em um ponto para render o motorista. Apenas cinco passageiros resolveram prestar queixa na 21ª DP (Bonsucesso). Nervosos, eles contaram que foram obrigados a dar todos os seus pertences, como mochilas, relógios e celulares para os bandidos.

O motorista, que pediu para não ser identificado, disse que foi obrigado a dirigir com uma pistola apontada para sua cabeça.
A ação aconteceu por volta das 11h. Já no interior da favela, na Avenida Bento Ribeiro Dantas, os bandidos ordenaram que apenas os moradores descessem do coletivo. Entretanto, todos os passageiros, além do motorista e do cobrador, saíram correndo.

Policiais do 22º BPM (Benfica) e agentes do Serviço Reservado (P2) chegaram na comunidade logo em seguida. Bombeiros do quartel do Caju também foram acionados para combater as chamas do coletivo. O ônibus faz a linha 634 (Del Castilho-Ilha do Fundão) e é integração metrô-ônibus.

Chefe da P2, o major Eduardo Lopes, disse que a polícia ainda procura a motivação para o incêndio do coletivo. Segundo ele, as prisões e apreensões constantes ocorridas nas comunidades do Complexo da Maré podem ter provocado uma represália do tráfico.

A delegada Valéria de Castro, titular da 21ª DP (Bonsucesso), afirmou que o local onde o ônibus foi sequestrado é o mesmo onde a professora de educação física Ciléa Cordeiro, de 27 anos, teve seu carro atingido por um pedregulho, no último 05 desse mês.

Bem próximo dali, o fiscal da secretaria de Transportes Marcos Tognozzi também foi atacado a pedradas por bandidos, na semana passada. Naquele trecho da Linha Amarela duas câmeras da empresa Lamsa, que administra a via, não estão funcionando. Segundo a delegada, elas foram destruídas propositalmente por bandidos daquela região. O cartão de memória do coletivo incendiado também foi destruído.

- Vamos checar se isso realmente foi uma represália. Eles já entraram no ônibus com uma garrafa de álcool, o que prova, na verdade, que eles queriam era incendiar o coletivo. O roubo dos passageiros foi uma consequência - afirmou a delegada.

Dentro da comunidade os moradores não quiseram comentar o assunto. Muitos aproveitaram para fotografar com celulares o que acontecia.

- Aqui o lema é ver, registrar e ficar sempre de boquinha calada - disse um morador.

Caso de Polícia - Extra Online

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