quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Testemunhas confirmam que catadores brincavam com granada que explodiu

Segundo delegada, 2 homens e sargento do Exército foram ouvidos.
Explosão deixou 2 mortos e 6 feridos; 3 seguem internados.

Cláudia Loureiro Do G1, no Rio

 

Duas testemunhas ouvidas pela polícia confirmaram que a explosão que matou dois jovens e feriu outros seis em Bangu, na Zona Oeste, na terça-feira (15), aconteceu quando o grupo brincava com uma granada de bocal.

O artefato, de uso exclusivo das Forças Armadas, teria sido encontrado na semana passada.

A explosão aconteceu perto de um lixão, em frente a uma loja de material de construção, na Estrada de Gericinó, em Vila Catirí, em Bangu.

"Ouvi quatro testemunhas. Uma delas é um dos feridos sobreviventes. Um sargento do Exército falou que estava indo descarregar o lixo com um caminhão do Exército quando viu quatro jovens brincando com algo que parecia um explosivo.

Cinquenta metros depois houve a explosão", conta a delegada Márcia Julião, da 34ª DP (Bangu).

Dois catadores de lixo também foram ouvidos. "Um deles contou que viu na sexta-feira (11) Carlos Eduardo e Thiago amedrontando clientes de um botequim com o artefato e dizendo 'isso mata mesmo' e o outro falou que viu uma outra pessoa, chamada de China, manuseando a granada", informa a delegada.

Um dos sobreviventes, Ari Guedes Pacheco, já teve alta do Hospital estadual Rocha Faria, em Campo Grande, também Zona Oeste, e deve ser ouvido ainda nesta quarta-feira (16).

No local, morreram os dois catadores de lixo identificados como Carlos Eduardo da Silva Chaves, de 25 anos, que estava numa bicicleta, e Thiago da Lima Costa, de 23 anos.

Três feridos internados

Além de Ari, Edson Couto da Silva também teve alta. Outros três feridos seguem internados.

Carlos Felipe Ferreira está no Rocha Faria, em observação. Com uma fratura exposta, Alexandre Ribeiro passou por uma cirurgia na perna esquerda no Hospital estadual Albert Schweitzer, em Realengo, também na Zona Oeste. Seu quadro é estável.

Já Alexandro Lima da Silva, 23, foi operado na terça no Hospital Geral de Bonsucesso. Ele teve lesões múltiplas, mas seu quadro de saúde é estável.

Não há informações sobre a sexta vítima, que foi socorrida por policiais militares.

Achar artefatos é comum, diz padrasto

                        Foto: Cláudia Loureiro/G1

Padrasto lamenta morte do enteado; ao fundo a bicicleta da vítima caída após a explosão (Foto: Cláudia Loureiro/G1)

O motorista Fernando Ferreira, de 62 anos, padrasto de Carlos Eduardo, um dos mortos na explosão, contou que o grupo costumava se reunir antes de iniciar o trabalho no lixão. E que esta não teria sido a primeira vez que um artefato das Forças Armadas teria sido encontrado pelos rapazes.

"O que se acha de material do Exército por aqui vocês não têm ideia. Eles pegavam esse material para vernder o chumbo e o ferro para cooperativas da região. É a primeira vez que acontece um acidente desses", disse o motorista emocionado ao identificar o corpo do enteado. 

G1 > Edição Rio de Janeiro

Nenhum comentário: