quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Motoristas autorizados e passageiros reclamam das novas regras das vans

Pontos finais na Leopoldina estão entre as principais queixas.
Tempo de espera nos pontos aumentou, segundo usuários.

Alícia Uchôa Do G1, no Rio

 

Não são só os motoristas de vans que ficaram de fora da nova licitação do governo do Rio que estão insatisfeitos com as novas condições de trabalho. Passageiros e até quem foi beneficiado com as autorizações atuais têm reclamações nesta quinta-feira (10). Entre as principais delas estão os pontos finais escolhidos para os veículos na capital.

“Está péssimo. Com a diminuição do número de carros, fiquei 40 minutos no ponto esperando. Quem se prejudica com isso é o passageiro”, reclama o bombeiro hidráulico Roberto da Silva, que mora em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

“Na Central do Brasil tinha integração com trem, metrô e muitos ônibus. Aqui não tem nada”, completa a recepcionista Aline Souza, que veio de Alcântara, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio e, depois de saltar na Leopoldina, vai ter que pegar mais dois ônibus para conseguir chegar ao médico da filha.

Com as novas regras para vans que fazem linhas intermunicipais, só podem circular 462 veículos que foram credenciados para o transporte de passageiros. Os contratos com os motoristas que conseguiram a liberação para trabalhar foram assinados na quarta-feira (9). As novas vans estão identificadas por cores, que vão indicar a origem e o destino da viagem.

Carros vazios, reclamam motoristas autorizados

Ela não foi a única a se queixar da Leopoldina. “Os pontos estavam cheios e as pessoas não queriam entrar porque não teriam como sair da Leopoldina ou não tinham dinheiro para mais uma condução. Vim com poucos passageiros e voltei com o carro vazio”, conta o motorista Geraldo do Santos, há 15 anos a profissão.

“As pessoas estavam sem saber como iam chegar no trabalho. O pior é que, com isso, onera mais o trabalhador e o patrão. Daqui a pouco as pessoas vão perder emprego. Eu mesmo já não sei se vai dar para continuar tendo um ajudante”, pondera a motorista Rosana Santana.

Segundo os motoristas, vans da Baixada Fluminense e Região Metropolitana são obrigadas a fazer ponto final na Leopoldina e as da Região dos Lagos foram para a Central. De acordo com o Detro, a decisão ficou a cargo da prefeitura. O G1 entrou em contato com a prefeitura, mas ainda não obteve resposta.

O Sindicato dos Proprietários de Veículos Utilitários e Transporte de Passageiros do estado do Rio pretende enviar ainda nesta quinta-feira um ofício pedindo uma audiência com o governador Sérgio Cabral para discutir a situação da classe.

"Isso atinge não só a categoria, como toda a população. Em nenhum momento fomos ouvidos. É como querer colocar dois litros d´água num recipiente em que só cabe um", disse o presidente do Sindicato, Marcelo Cerqueira, que exemplifica: "Em Piabetá eram 100 vans, agora com a nova regra são só 8. Como essas pessoas vão e voltam do trabalho agora?", questiona ele.

Detro reprime vans piratas

O Detro intensificou a fiscalização na cidade do Rio contra as vans piratas, na manhã desta quinta-feira (10).

Os fiscais realizam operações em vários pontos da cidade. Entre eles, na região da Leopoldina, na Rua Francisco Eugênio, no Centro e vias de acesso, e na Região Metropolitana. O objetivo é garantir a segurança de quem foi aprovado na licitação do governo, dos passageiros e impedir manifestações de motoristas de vans irregulares.

Cerca de mil homens, entre fiscais do Detro, policiais militares e civis, guardas municipais e da Polícia Rodoviária Federal participam da operação em todo o estado. Segundo o Detro, esta ação será mantida por tempo indeterminado.

Operação ocorre sem incidentes, informa Detro

No total, três veículos foram apreendidos: uma Kombi, próximo à Estação da Leopoldina, uma van, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense e um ônibus, em Campo Grande, na Zona Oeste

A operação, que acontece simultaneamente em pontos fixos, tanto nas regiões do entorno do Rio como no interior, transcorreu sem o registro de incidentes.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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