terça-feira, 4 de agosto de 2009

Simon diz que teve medo do olhar de Collor durante bate-boca na tribuna do Senado

Maria Lima

O senador Fernando Collor, discursa em plenário após discurso do senado Pedro Simon - Roberto Stuckert Filho/ O Globo

BRASÍLIA - Um dia depois de enfrentar os ataques da dupla Renan Calheiros (PMDB-AL) e Fernando Collor (PTB-AL) no plenário, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) confessou nesta terça-feira que teve medo do olhar transtornado do ex-presidente da República, que durante as quase duas horas de embate, ficou logo abaixo da tribuna olhando diretamente em sua direção, com o semblante muito crispado. Simon disse que em vários momentos lhe veio à memória a cena da tragédia que abalou Brasília na década de 1960, quando o pai de Collor, o então senador Arnon de Mello, assassinou, com um tiro no peito, o senador acreano José Kairala, em plena tribuna.

Segundo os registros da época, o senador alagoano disparou três tiros contra seu inimigo político, o senador Silvestre Péricles, a 5 metros de distância. Não atingiu Péricles e acabou baleando sem querer Kairala, suplente que estava em seu último dia de mandato. Apesar do flagrante, a imunidade de Arnon de Mello o livrou de qualquer punição.

O senador Pedro Simon discursa na tribuna do Senado - Ailton de Freitas

É incrível! Me veio a imagem do pai dele, que atirou e matou o senador Kairala. O pai do Collor errou o tiro, mas ontem ele estava na minha frente, na minha reta! Foi assustador, saía fogo dos olhos do senador Fernando Collor ali logo embaixo de mim. E eu não falei nada demais dele, quando vi ele entrou correndo, completamente transtornado ! - lembrou Simon.

O senador gaúcho deverá ir à tribuna explicar que não tem nada com a empresa de microcrédito Pôr do Sol, que Renan Calheiros insinuou que ele teria algum negócio escuso.

É uma empresa muito bacana de microcrédito. Vou mostrar que não tem nada a ver comigo - disse Simon.

Ele adiantou também que não adianta a cúpula do PMDB pressionar para ele deixar o partido.

Eu sou o verdadeiro PMDB! Eu não vou renunciar. Eles que peçam minha cassação e assumam isso publicamente - disse

Extra Online

Um comentário:

Novo Encanto de Joaçaba disse...

Lugar de assassino é na cadeia, tal pai tal filho..