Maria Lima
BRASÍLIA - Um dia depois de enfrentar os ataques da dupla Renan Calheiros (PMDB-AL) e Fernando Collor (PTB-AL) no plenário, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) confessou nesta terça-feira que teve medo do olhar transtornado do ex-presidente da República, que durante as quase duas horas de embate, ficou logo abaixo da tribuna olhando diretamente em sua direção, com o semblante muito crispado. Simon disse que em vários momentos lhe veio à memória a cena da tragédia que abalou Brasília na década de 1960, quando o pai de Collor, o então senador Arnon de Mello, assassinou, com um tiro no peito, o senador acreano José Kairala, em plena tribuna.
Segundo os registros da época, o senador alagoano disparou três tiros contra seu inimigo político, o senador Silvestre Péricles, a 5 metros de distância. Não atingiu Péricles e acabou baleando sem querer Kairala, suplente que estava em seu último dia de mandato. Apesar do flagrante, a imunidade de Arnon de Mello o livrou de qualquer punição.
É incrível! Me veio a imagem do pai dele, que atirou e matou o senador Kairala. O pai do Collor errou o tiro, mas ontem ele estava na minha frente, na minha reta! Foi assustador, saía fogo dos olhos do senador Fernando Collor ali logo embaixo de mim. E eu não falei nada demais dele, quando vi ele entrou correndo, completamente transtornado ! - lembrou Simon.
O senador gaúcho deverá ir à tribuna explicar que não tem nada com a empresa de microcrédito Pôr do Sol, que Renan Calheiros insinuou que ele teria algum negócio escuso.
É uma empresa muito bacana de microcrédito. Vou mostrar que não tem nada a ver comigo - disse Simon.
Ele adiantou também que não adianta a cúpula do PMDB pressionar para ele deixar o partido.
Eu sou o verdadeiro PMDB! Eu não vou renunciar. Eles que peçam minha cassação e assumam isso publicamente - disse
Um comentário:
Lugar de assassino é na cadeia, tal pai tal filho..
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