segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Preso, Robocop diz ter entregado ouro a PMs

Depoimento na DP

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Sem disparar um tiro, uma equipe do 6º BPM (Tijuca) prendeu, ontem à tarde, um dos traficantes mais procurados do Rio: William Rodrigues Vieira, de 34 anos, o Robocop. Apontado pela polícia como o chefe do tráfico de drogas no Morro do Borel, na Tijuca, ele foi encontrado numa casa da comunidade. Segundo a PM, ele estava sozinho e não reagiu à prisão. Na delegacia, no entanto, William disse ter sido achacado.
Na versão da PM, a prisão do traficante teria acontecido quase que por acaso, por policiais que estavam no Morro do Borel desde a noite de sábado, com o objetivo de impedir a realização de um baile funk. Segundo o tenente Jaguaribe do Nascimento Ferreira, durante a permanência na comunidade, os PMs foram informados do local onde Robocop estaria escondido.
De acordo com o militar, o traficante estava em uma casa de apenas um cômodo, na Ladeira do Moreira. Ain- da de acordo com a PM, Robocop estava com duas pistolas, duas espingardas, 190 papelotes de cocaína e 90 trouxinhas de maconha.
Pedido de R$ 200 mil

Em depoimento na 17ª DP (São Cristóvão), Robocop afirmou que os policiais tentaram extorquir R$ 200 mil dele. Os policiais teriam algemado o traficante e o ameaçado de morte até que lhe fossem entregues dois fuzis desmontados e 200 gramas em ouro.
Enquanto Robocop era mantido preso numa casa do morro, uma cunhada do traficante teria sido chamada,
por telefone, até lá, para negociar com os PMs.

De acordo com o advogado de Robocop, que não quis se identificar ao sair da delegacia, a Secretaria de Segurança teria interceptado as ligações entre o traficante e os policiais, e constatado a extorsão. O órgão teria enviado a Core ao local.

Trechos do depoimento de Robocop na polícia

William Rodrigues Vieira, o Robocop, disse na 17ª DP (São Cristóvão) que foi extorquido por PMs no Morro do Borel. Veja, abaixo, trechos do seu depoimento:

Casa cercada

“Por volta das 12h, se encontrava em sua residência, no Morro do Borel, e policiais militares bateram à sua porta. Que o declarante observou que a residência estava cercada por policiais”.

Extorsão

“Que, por volta das 13h, os policiais, depois de não terem encontrado nenhum ilícito na residência do declarante, passaram a exigir a quantia de R$ 200 mil, três fuzis e uma certa quantidade em ouro”.

Algemado

“Que fizeram o declarante telefonar para familiares e assim levantar o valor exigido. Que o declarante fez uso do seu próprio aparelho celular. Que, logo após, chegou sua cunhada, por volta de 13h30m, os policiais lhe disseram para arrecadar o mesmo valor acima, os fuzis e alguma quantidade em ouro. Que sua cunhada saiu para tentar arranjar o pedido, enquanto o declarante ficou em sua residência, algemado e em companhia dos PMs“.

Fuzis

”Que já quase escurecendo, por volta das 17h30m, alguém, não identificado pelo declarante, trouxe um fuzil, que foi logo desmontado pelos policiais e colocado dentro de uma bolsa, totalizando dois fuzis, certa quantidade em ouro. Porém, o declarante não sabe dizer se alguma quantia em dinheiro foi entregue aos policiais militares“.

Extra Online

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