sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Operário foi preso por engano no lugar do irmão, diz Defensoria Pública

Roubo com arma de fogo ocorreu em Florianópolis (SC).
Jaime Augusto diz que, no dia do crime, ele estava no Rio.

Do G1, no Rio, com informações do RJTV

 

Preso há 20 dias, o operário Jaime Augusto tem finalmente a oportunidade de encontrar a família. Ele está numa carceragem em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, com outros 440 presos que cometeram crimes como roubo e tráfico de drogas. Mas, segundo a Defensoria Pública, Jaime foi preso por engano.

Ainda de acordo com a Defensoria, quem deveria estar na cadeia no lugar dele é o irmão mais velho, José Augusto, preso em março de 2007 por roubo com arma de fogo, na cidade de Rio do Sul, a quatro horas de Florianópolis (SC).

Jaime Augusto, que tem um filho de 12 anos, diz que no dia do crime estava a mais de mil quilômetros de distância, no Rio, trabalhando como operário. “Eu não esperava que ninguém fizesse isso com ninguém, quanto mais com um irmão. É complicado, porque a gente trabalha, eu trabalho, sempre trabalhei, sempre paguei os meus impostos, e a gente tem o direito cassado de ir e vir."

Documentos do Ministério Público mostram que o roubo foi no dia 2 de março de 2007, mas a folha de ponto da empresa onde Jaime trabalha comprova que ele estava de serviço nesse dia.

O operário também tem como provar que, no dia da prisão do seu irmão, 9 de março de 2007, ele estava trabalhando.

A Defensoria Pública pediu um habeas corpus para que Jaime Augusto seja solto. Na terça-feira (25), três desembargadores do Tribunal de Justiça de Santa Catarina irão decidir o destino dele. Se negarem o pedido, Jaime terá que se apresentar no presídio de Rio do Sul.

Confusão

Segundo o Ministério Público, a confusão teria começado quando o irmão foi preso e apresentou o título de eleitor de Jaime, como documento de identidade. Quando foi denunciado, o irmão chegou a assinar o nome verdadeiro: José. Só depois ele corrigiu e escreveu o nome de Jaime.

No ano passado, o irmão criminoso conseguiu um indulto (benefício), alegando que queria visitar a família e fugiu. Como José tinha apresentado o título de eleitor do irmão inocente, quem passou a ser foragido da Justiça foi Jaime.

Segundo a Justiça catarinense, o diretor do presídio vai julgar pela aparência física se Jaime Augusto era o detento que saiu para visitar a família.
Para a família, a situação só seria resolvida quando o irmão foragido se entregar à Justiça.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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