terça-feira, 4 de agosto de 2009

Mulher que deu à luz em hospital acusa médicos de terem deformado sua filha. Já é o quarto caso na unidade

Marcelo Gomes - Extra

Mães acusam médicos por negligência em hospital de caxias  - foto: Luis Alvarenga - Extra

Foi registrado ontem na 59DP (Centro de Caxias) o quarto caso de bebê que teria ficado com o braço deformado durante o parto realizado no Hospital Moacyr Rodrigues do Carmo, administrado pela Prefeitura de Caxias. A professora Roberta da Silva Martins, de 23 anos, que deu à luz Júlia Beatriz no dia 19 de junho, acusou médicos da unidade de terem deformado o braço esquerdo do bebê:

- Fiz todas as ultras e a minha filha estava perfeita. Mas desde que nasceu, o bracinho dela está torto, sem movimento. Isso só pode ter acontecido no parto, já que ela teve dificuldade para passar com os ombros - disse Roberta. - Se Deus tivesse mandado minha filha assim, eu ia aceitar de todo o coração. Mas Ele enviou a Júlia perfeita. É uma crueldade o que fizeram com ela no hospital.

Em 29 de julho, a dona de casa Elisângela de Holanda, de 28 anos, registrou na 59 DP que seu filho Carlos Antônio ficou com o braço torto durante o parto, ocorrido em 15 de junho, naquele hospital.

As primeiras mães que registraram fatos semelhantes foram Clemilde Ribeiro, de 42 anos, e Kesia Brito, de 20. A primeira teve Miriam, no dia 6. Kesia teve Lucas, no dia 27. Elas procuraram a 59 DP no dia 28 de julho e disseram que os médicos teriam puxado o braço esquerdo dos bebês, pois eles estavam com dificuldades para nascer.

Inquérito e sindicância

O delegado Antônio Silvino, da 59 DP, ainda aguarda que o hospital envie os prontuários dos bebês. Ele quer identificar os profissionais que participaram dos partos a fim de intimá-los a depor.

A Prefeitura de Caxias abriu inquérito administrativo para apurar os fatos em 30 dias. Segundo a prefeitura, "apenas o filho de Clemilda de Oliveira Ribeiro apresentou uma distorcia de ombro. (...) Não há indicação de anormalidades nos exames feitos nos bebês após o parto".

Ainda de acordo com a prefeitura, o hospital "vai acionar o Conselho Tutelar para que entre no caso, uma vez que as crianças saíram das unidades sem apresentar limitação de movimentos e, meses depois, aparecem com problemas no braço, o que pode ter acontecido posteriormente".

Extra Online

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