terça-feira, 4 de agosto de 2009

CDD será Bairro Educador

Comunidade pacificada vai ser a primeira região a receber projeto que integrará escola e vizinhança

Rio - Devastada por décadas de violência, a Cidade de Deus, recentemente pacificada com a ocupação policial, será o primeiro Bairro Educador, projeto que a Prefeitura do Rio lança segunda-feira. Quando os alunos das cinco unidades municipais da região voltarem às aulas, poderão começar a participar de oficinas artísticas e profissionais, dentro e fora das escolas, ministradas por talentos do próprio bairro, como o ‘Informe do DIA’ noticiou domingo.
Cerca de 50 “oficineiros” já foram cadastrados para transmitir suas experiências aos estudantes da Cidade de Deus. A quantidade de atividades é tão grande quanto a região: músicos, cozinheiras, pedreiros, mecânicos e outros profissionais, todos moradores do local, serão professores dos jovens fora do horário de aula, no chamado contraturno. Os “oficineiros” terão expediente de quatro horas e serão remunerados de acordo com o número de turmas atendidas, o que renderá entre R$ 60 a R$ 300 por mês.
“A escola vai se esparramar pelo bairro numa via de mão dupla: um educando a outra”, conta a secretária de Educação, Cláudia Costin. Segundo ela, o Ministério da Educação ainda está fechando o valor dos recursos que serão liberados.
O Bairro Educador é uma vertente do projeto Escolas do Manhã, que começa este semestre em 150 escolas municipais em áreas de risco. Além das oficinas, o programa permitirá que o entorno das unidades seja revitalizado a partir de diagnóstico dos problemas de infra-estrutura feito pelos próprios estudantes.

“A comunidade está totalmente envolvida, virou uma parceira das escolas”, comenta Heloísa Mesquita, da ONG Aprendiz, que ajuda na execução do projeto na CDD.
Diretora-geral da Escola Municipal Pedro Aleixo, onde o programa será lançado, Gisele Mathias espera que o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do colégio melhore. “Em vez de pichações que tínhamos nas nossas paredes, digo aos alunos que a marca que podemos deixar é aquilo que podemos fazer de bom pela sociedade”, ensina a diretora.

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