segunda-feira, 30 de março de 2009

Viúva da Mega-Sena consegue direito de pedir na Justiça teste de DNA da enteada

Defesa de Adriana Almeida acha que exame pode ajudá-la em processo.
Advogado da herdeira afirma que paternidade foi reiterada por Renné.

Alícia Uchôa Do G1, no Rio

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Adriana Almeida prestou novo depoimento à Justiça no início do ano (Foto: Alícia Uchôa / G1/ Arquivo)

Depois de já ter o pedido negado pela Justiça de Maricá, na Região dos Lagos, a viúva da Mega-Sena, Adriana Almeida, conseguiu na 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio o direito de pedir o exame de DNA de Renata Senna, filha e herdeira do milionário Renné Senna, morto em Janeiro de 2007 em Rio Bonito, na Baixada Litorânea do estado. Adriana é uma das acusadas pelo assassinato do milionário e disputa com a enteada a herança de R$ 52 milhões.
“Estamos buscando uma anulação de registro civil da Renata, tendo em vista que o Renné, 70 dias antes de falecer, contratou advogados para investigar a paternidade da Renata”, disse o advogado de Adriana, Jackson Costa, que afirma ter um contrato em que Renné pagaria R$ 380 mil a uma equipe de advogados no Rio para checar a paternidade da filha.
Segundo Jackson, familiares afirmam ainda que o milionário teria contado o fato à filha, uma semana antes de morrer. “Esse dado pode nos ajudar tanto no processo criminal quanto no cível”, explica ele, que diz ainda que Renné teria demorado cinco anos para registrar Renata.

Se precisasse, filha faria o teste, diz advogado

O advogado de Renata, no entanto, nega as desconfianças da defesa de Adriana. “A Renata nem foi chamada para dar esclarecimentos sobre o caso. E, se precisasse, faria o teste, mesmo sem ser obrigada. O que aconteceu é que, como a Justiça só ouviu o lado da Adriana, o advogado dela levou os desembargadores ao erro”, afirmou Marcus Rangoni, que vai recorrer da decisão.

Mesmo que a Justiça determine, Renata não seria obrigada a fazer o teste de acordo com a lei que diz que ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo.

Filha pediu liberação de R$ 11 milhões na Justiça

Para ele, além da certidão de nascimento, o fato de Renné ter incluído Renata em seus dois testamentos, caracterizando-a como filha, reitera a certeza do milionário em relação à paternidade da filha.

“O testamento também vale como reconhecimento de filhos. O que o advogado quer é criar uma cortina de fumaça para tentar prejudicar a liberação de parte da herança dela”, conta.
No meio do ano passado, Renata, que é inventariante do pai, pediu na Justiça a liberação de R$ 11 milhões de sua parte na fortuna para morar fora do país. Ela alega se sentir insegura e temendo represálias dos assassinos do pai.

Dos seis acusados de envolvimento no crime, apenas dois ainda estão presos. Adriana Almeida e outros três suspeitos respondem o processo em liberdade.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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