O Globo e Bom Dia Rio
RIO - O novo esquema de policiamento já começou a funcionar na madrugada desta sexta-feira, em Santa Teresa. A polícia, que já havia prometido aumentar o número de equipes em rondas pelo bairro de cinco para sete, se comprometeu em intensificar ainda mais o patrulhamento. Durante a madrugada, várias ruas receberam o reforço de policiamento.
- Eu vou trazer realmente um comandante da companhia para cá. Ele vai ficar em um espaço nosso, que é um posto de policiamento comunitário, vai passar a despachar daqui, vai tirar o dia de expediente dele, e com isso eu acredito que vai haver uma aproximação maior com a comunidade - garantiu o comandante do Batalhão do Estácio, coronel Sérgio Mendes.
Na noite da quinta-feira, cerca de 150 moradores foram ao Centro Cultural Laurinda Santos Lobo, na Rua Monte Alegre, em Santa Teresa, na noite desta quinta-feira, para exigir de representantes da prefeitura e das polícias Civil e Militar providências para reduzir a criminalidade no bairro. Na quinta-feira, mais uma casa foi assaltada no bairro. Foi a terceira casa assaltada no bairro em menos de uma semana.
Na reunião, as principais reivindicações apresentadas foram uma maior presença dos órgãos da prefeitura e da polícia. Durante boa parte da reunião, os moradores apresentaram suas reclamações ao comandante do 1º BPM (Estácio) e ao subprefeito do Centro, Marcus Vinícius Lima. Eles lembraram assaltos a pedestres e a residências e reclamaram do policiamento estático, das ruas sem iluminação e dos apagões frequentes de energia elétrica - como o que acontecia na Ladeira do Castro na hora da reunião. Desta vez o blecaute durou menos de 10 minutos. Mas também assustou.
- O problema, se eles estão resolvendo, eu acho que tem que haver um comunicado para pelo menos as pessoas saberem o que está acontecendo - pediu a empresária Isabele Delgado.
A Light se comprometeu a fazer reuniões semanais para identificar os problemas do fornecimento de energia no bairro. A subprefeitura da região prometeu substituir as lâmpadas que estão queimadas, nos postes.
Segundo o presidente da Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa, Paulo Saad, outros casos de violência de menor repercussão já vinham acontecendo nos últimos meses: assaltos a casas e pedestres e roubos de carros. Tradicional reduto intelectual e foco histórico de produção artística e cultural, Santa Teresa amargou na década de 90 um longo período de decadência. O aumento da violência banalizou os tiroteios no bairro. Além disso, o surgimento e o crescimento de favelas também fizeram despencar o valor dos imóveis . A solução para o problema chegou há alguns anos, quando uma leva de empreendedores estrangeiros descobriu o bairro, reabrindo as portas para a revitalização da região. É neste momento crucial para a retomada do crescimento do bairro que a violência volta a assustar.
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