sexta-feira, 20 de março de 2009

Polícia descobre plano para executar delegado que investigou máfia das vans em São Gonçalo

Ana Carolina Torres - Extra

RIO - Desde o último dia 8, o delegado Fábio Barucke, titular da 74ª DP, em Alcântara, São Gonçalo, vive na corda bamba: foi quando soube pelo Serviço de Inteligência da Secretaria de Segurança que havia um plano para matá-lo. Segundo um telefonema feito para o Disque-Denúncia (2253-1177), o ex-vereador Edson da Silva Mota, o Mota da Coopasa, preso por agentes da delegacia chefiada por Barucke sob a acusação de chefiar a máfia das vans em São Gonçalo, havia contratado um assassino de aluguel por R$ 40 mil.

- Esse pistoleiro, de acordo com a denúncia, se chama Marcelo e seria irmão de um homem chamado Flávio, que estaria preso com o Mota - disse Barucke.

Os investigadores da 74 DP estiveram no 1 Distrito Naval e descobriram que o detento Flávio Ronie de Oliveira Cruz, de 25 anos, - acusado de roubo, formação de quadrilha, latrocínio, sequestro, abuso de autoridade e receptação - tem um irmão chamado Marcelo Luiz de Oliveira Cruz, de 37.

Marcelo, contra quem há cinco mandados de prisão, foi procurado em sua casa, em Nilópolis, mas continua foragido. nesta quarta-feira, o Disque-Denúncia recebeu um outro telefonema alertando sobre o atentado. De acordo com o informe, além de Barucke, o delegado Claudio Ferraz, da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), e responsável pela prisão de 38 pessoas ligadas à máfia das vans em São Gonçalo, também seria alvo do pistoleiro.

Por determinação da Justiça, Mota foi transferido para o presídio Ary Franco nesta quarta-feira de manhã - a intenção é separá-lo de Flávio. Barucke está com a segurança reforçada - só sai com escolta e com colete à prova de balas. Ele já comunicou o caso à Justiça e ao Ministério Público.

- A chefia de Polícia também está providenciando um carro blindado. Se eles pensam que vão me intimidar, estão enganados.

Mota e filhos presos no ano passado
Marcelo está sendo procurado por policiais da 74ª DP e da Polinter. Flávio deve ser ouvido pela juíza Patricia Acioli, da 4 Vara Criminal de São Gonçalo. Mota da Coopasa e seus dois filhos foram presos duas vezes pela equipe do delegado Fábio Barucke: em 2007, quando ainda era vereador em São Gonçalo; e em 2008, quando tentava a reeleição. Desde a última detenção, em agosto do ano passado, ele tentou várias vezes o relaxamento da prisão, mas nunca conseguiu o benefício.

No dia 23 de dezembro de 2008, a principal testemunha da polícia contra a máfia chefia por Mota foi assassinada a tiros no Jardim Catarina. O motorista de van Idelfonso Teixeira de Abreu, de 43 anos, levou 11 tiros na porta de casa. Na época, Fábio Barucke atribuiu o crime a Mota da Coopasa, apontando-o como mandante.

- Depois do Idelfonso, eu e os policiais envolvidos na investigação sobre o Mota são os que mais sabemos de tudo o que ele fez. Por isso a intenção de fazer algo contra mim - disse Fábio Barucke.

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