sábado, 21 de março de 2009

Cônsul diz que condenação de brasileiros nos EUA foi severa

EUA

A condenação de prisão perpétua dada a dois brasileiros pela Justiça americana, no último dia 6, foi parcial e severa demais, afirmou o cônsul-geral-adjunto do Consulado de Los Angeles, Júlio Victor do Espírito Santo. A autoridade acompanhou a audiência de Alaor do Carmo de Oliveira Junior, 55 anos, e de seu colega Reynaldo Eid Júnior. Os dois são acusados de sequestro e cárcere privado e estão presos desde 2005.

O cônsul disse ter tomado conhecimento do caso há pouco tempo e, ao ser questionado por uma jornalista nos Estados Unidos, entrou em contato com os dois brasileiros e seus advogados de defesa. "Compareci à audiência de sentenciamento e pude comprovar, através das palavras da própria juíza Carla Singer, que a questão era bastante complexa".

O cônsul afirmou que não teve acesso a todos os documentos do processo, mas discorda da decisão da Justiça americana. "Creio que a sentença foi extremamente severa e acredito que houve parcialidade. A juíza desconsiderou tudo que poderia ser atenuante, mas considerou todos os possíveis agravantes". Espírito Santo conta que os advogados de defesa entraram com moções: a primeira pedindo novo júri e a segunda, solicitando suspensão condicional da pena. A juíza negou ambas

Segundo Espírito Santo, os advogados de defesa recorreram da decisão e a apelação está nas mãos dos defensores públicos. O Consulado afirma que vem mantendo o Itamaraty informado. "Já recebemos instruções e apoio do Itamaraty. Semana que vem, consultarei um advogado criminalista para me informar melhor sobre a questão da apelação", adiantou o cônsul.

Sonho

Alaor do Carmo Oliveira Junior, ex-morador de Araraquara (SP), seguiu para os Estados Unidos, em 1998, em busca do sonho americano de ganhar dinheiro fácil e poder realizar os sonhos da família. Casado desde 1981 com a cabeleireira Mary Aparecida de Souza Oliveira, 49 anos, ele mudou-se para Borborema e lá teve os dois filhos: Alaor do Carmo Oliveira Neto, 28 anos, e Flávio Augusto do Carmo Oliveira, 22 anos.

Na América, trabalhava como pedreiro e todo o dinheiro que ganhava era enviado para realizar os sonhos dos filhos de cursar uma universidade. Flávio fazia Odontologia e Neto, Administração de Empresas. Com a prisão do pai, em 2005, o curso superior foi abandonado e, hoje, os dois só dizem querer tirá-lo da cadeia.

Junior é acusado de sequestrar duas brasileiras e um menino de 5 anos, filho de uma delas, mas ele nega a acusação.

As informações são de Cláudio Dias, do Terra

Nenhum comentário: