sábado, 7 de junho de 2008

Vítima luta com bandido e se livra de seqüestro-relâmpago

Marcelo Dutra - O Globo

RIO - Dois homens mantiveram três pessoas reféns por cerca de uma hora, na tarde de ontem, num escritório de corretagem na Rua Senador Dantas 29, no Centro. Armados com um revólver calibre 38 e uma faca, eles exigiram que o dono do estabelecimento, Paulo Cézar Ramos, de 38 anos, fosse até uma agência do Banco Real com a missão de sacar R$ 8 mil, enquanto um deles mantinha reféns, sob a mira do revólver, sua mulher, Nilza, e uma funcionária da casa de nome Andréia. A vítima, que estava sendo escoltada pelo criminoso armado com uma faca, reagiu e se atracou com o bandido na porta da agência.

- Agi por instinto, por reflexo, sem pensar em nada. Trabalho sete dias por semana e dou o maior duro para ganhar meu dinheiro. De repente, vem um vagabundo e quer me ganhar! Além disso, um deles estava lá em cima com minha mulher. É muita audácia dos caras. Na hora, não pensei, e não posso dizer que me arrependo do que fiz - disse o empresário após o incidente.

Um bandido acabou preso e o outro conseguiu fugir. Ninguém se feriu e o criminoso nada levou. A ocorrência foi registrada na 5ª DP (Avenida Gomes Freire).

Os bandidos chegaram ao escritório, na sala 66 do prédio no Centro, por volta das 14h30m. Paulo só abriu a porta porque reconheceu um dos homens, Fernando Sérgio Peixoto de Santanna, de 27 anos, como um de seus ex-funcionários. Fernando entrou na sala na companhia de Pedro Alexandre Oliveira Santos, de 23 anos, e logo anunciou o assalto.

Vendo a briga, funcionários de uma empresa que fica ao lado da agência bancária seguraram os dois. Paulo contou que estava sendo vítima de um assalto e ligou para o 190. Policiais do 13 BPM (Praça Tiradentes) chegaram ao local e prenderam Pedro.

Antes de entrarem no prédio, os PMs puseram uma camisa sobre uma câmera de vigilância na portaria. O criminoso, que mantinha as duas mulheres sob a mira da arma, percebeu pelo circuito interno de TV que algo tinha dado errado e fugiu. Ele deixou no local uma mochila com cordas, fita crepe e munição.

Outro crime no Centro há 15 dias

Na tarde do dia 27 de maio, o advogado Ulrich Rosenzweig, de 86 anos, foi morto com um tiro no peito por volta das 12h30m em seu escritório, no décimo andar da Rua Uruguaiana, 10.

O advogado tentou evitar que um assaltante levasse os R$ 9.800 que o contínuo do escritório acabara de sacar de uma agência bancária nas proximidades. Ele também chegou a lutar contra o bandido e sua filha Selma presenciou o crime. Naquele dia, Selma declarou:

- Queria dizer que esta é uma cidade de bandidos. Eu vi meu pai morrer.

Ulrich era dono da empresa da JRV Arrendamento Mercantil, que atua no ramo de fomento mercantil. Segundo depoimento do contínuo à polícia, Ulrich determinava que o banco enviasse o dinheiro em envelope lacrado e que fosse colocado numa mala. Ontem, o contínuo, que trabalha há 15 anos para o empresário, saíra de uma agência na Rua Primeiro de Março, próximo à Avenida Rio Branco.

Na noite do dia 31 de maio, sábado passado, a Polícia Militar prendeu um homem acusado de matar o empresário. Segundo a polícia, Marcelo Souza Magno é o dono da moto usada na fuga dos bandidos.

Extra Online

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