terça-feira, 3 de junho de 2008

Justiça investiga distribuição de cestas básicas em Magé

Elas foram apreendidas sob suspeita de uso eleitoral.
Prefeita do município, Núbia Cozzolino, foi denunciada por formação de quadrilha.

Do G1, no Rio

A Justiça eleitoral apreendeu nesta terça-feira (3) cerca de três mil cestas básicas, além de ‘vales-leite’ e ‘vales-pão’ na Secretaria de Ação Social da prefeitura de Magé, Baixada Fluminense. O material foi retido sob suspeita de uso eleitoral.
A operação ocorreu após uma denúncia feita à 110º zona eleitoral, responsável pela fiscalização, que informava suposto uso da máquina pública pela prefeita Núbia Cozzolino. A juíza de fiscalização de propaganda de Magé, Maria Izabel Holanda Daibert, em ação com funcionários do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), foi até o local.
Na ocasião também foram apreendidos cinco CPUs. Todo o material será analisado pela magistrada.

A prefeita Núbia Cozzolino negou as acusações. "Isto está sendo feito desde 2005. A juíza sabe disso, todo mundo em Magé sabe disso. Eu não deslumbro nenhuma propaganda pessoal em nada", explicou a prefeita.

MPE denuncia Núbia Cozzolino

A prefeita Núbio Cozzolino foi denunciada pelo Ministério Público estadual na segunda-feira (2) por formação de quadrilha e apropriação e desvio de rendas públicas.
De acordo com a denúncia, a prefeita da cidade, que fica na Região Metropolitana do Rio, teria feito um contrato com uma associação para implantação de programas de saúde e apoio administrativo.
Pelos serviços prestados, o tesouro municipal pagaria valores altos, que, segundo os promotores, seriam desviados em benefício da prefeita Cozzolino e de terceiros.
A organização criminosa, que, ainda de acordo com a denúncia, seria comandada por Núbia Cozzolino, atuou de 2005 a janeiro de 2008 e, somente em 2007, os contratos com a empresa teriam totalizado cerca de R$ 10 milhões.
Segundo a investigação do Ministério Público, os valores depositados pela Prefeitura de Magé nas contas da associação eram, na grande maioria, sacados em espécie ou mediante pagamento de cheque para terceiros, o que facilitaria o desvio dos recursos para os integrantes da quadrilha, que contaria com o auxílio de seus irmãos Núcia Cozzolino, Secretária de Fazenda de Magé, e Charles Cozzolino, que respondia informalmente pela Secretaria de Obras do Município.

Operação Uniforme Fantasma

O MP informou ainda que os irmãos Núcia e Charles Cozzolino já foram denunciados na Comarca de Magé, após a operação policial "Uniforme Fantasma", deflagrada no fim de janeiro de 2008, que revelou os esquemas de corrupção envolvendo funcionários públicos. Como resultado dessa investigação foi oferecida denúncia contra 31 pessoas, num processo em tramitação na Vara Criminal de Magé.
Na denúncia, o MP informa que por meio de escutas telefônicas documentou os contatos da quadrilha. Após a saída do dinheiro das contas do município para as contas da associação, Núbia e sua irmã entravam em contato com os administradores da associação para se certificarem da "entrada" do dinheiro que, em seguida, seria desviado.

G1 > Edição Rio de Janeiro .

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