quinta-feira, 5 de junho de 2008

DAS resgata menina de 11 anos seqüestrada em Duque de Caxias

Ela ficou 36 horas em poder dos bandidos

Celso Oliveira

Rio - A estudante Ketillene Keiss de Carvalho Ramos, de 11 anos, foi resgatada pela polícia, quarta-feira à noite, em um cativeiro em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, após 36 horas de agonia. Filha de comerciantes, ela foi seqüestrada na manhã de terça-feira, quando levava a irmã caçula à escola com a babá. Um suspeito foi detido.
Diretor da Divisão Anti-Seqüestro (DAS), o delegado Marcos Reimão contou que Ketillene, a irmã de oito anos e a empregada foram abordadas por volta das 7h15 na Rua Gastão Reis, na Vila Operária, em Duque de Caxias, perto do Colégio Fluminense, onde as meninas estudam em turnos diferentes. A família é proprietária de depósitos de bebidas no mesmo bairro.
Os bandidos colocaram a jovem num carro e a levaram para uma casa na Rua General Délio Barbosa, 66, bairro Jardim Redentor, em Belford Roxo - a maior parte das informações sobre o caso, assim como número de criminosos e características do veículo, não foi divulgada por Reimão para não prejudicar as investigações. Para libertá-la, os marginais exigiram por telefone R$ 600 mil, mas o resgate não chegou a ser pago.
A menina, segundo o delegado, foi bem tratada no cativeiro, onde ganhou um exemplar da Bíblia. No início da noite de quarta, várias equipes da DAS já circulavam pela região, o que teria assustado os bandidos. Denúncia anônima teria ajudado os agentes a localizar o cativeiro, abandonado pelos seqüestradores por volta das 20h.

Somente duas horas depois os policiais se sentiram seguros para invadir a casa com sala, três quartos, sendo um subterrâneo, e cozinha, cercada por muro alto e com janelas gradeadas. A estudante estava sozinha e foi encontrada num dos quartos do pavimento superior, onde havia várias bonecas, um beliche e uma TV.
"Ela estava assustada por ter visto armas com os bandidos. Eles foram covardes ao cubo: seqüestraram uma criança e não foram homens o suficiente para ficar e enfrentar a polícia. Seqüestro ainda é um péssimo negócio no Rio de Janeiro", comentou Marcos Reimão, que posou ao lado de Ketillene, de quem ganhou beijos. Ele não perdeu a chance de mandar recado aos criminosos em forma de trocadilho: "Ou DAS ou desce!".
Em uma frase curta, interrompida pelo delegado que pediu para a vítima e seus parentes não serem entrevistados, a mãe da estudante, Rosimeire de Carvalho Ramos, resumiu o alívio que sentiu ao reencontrar a filha: "Foi terrível, mas graças a Deus ela foi libertada. Não desejo isso pra ninguém".

Reimão informou que o suspeito detido estava próximo ao cativeiro, mas ele não passou informações sobre o homem para não atrapalhar as investigações, que ficarão a cargo do delegado Marcelo Martins. O diretor da DAS espera identificar a quadrilha nos próximos dias.

O DIA Online

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