terça-feira, 3 de junho de 2008

Relatório sobre Lins é estarrecedor, diz corregedor da Alerj

Deputado Luiz Paulo Corrêa da Rocha analisou documento na madrugada desta terça.
Para ele, tudo indica que Álvaro Lins terá o mandato cassado.

Dório Victor Do G1, no Rio

"É estarrecedor". Foi este o comentário do corregedor da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj), deputado Luiz Paulo Corrêa Rocha (PSDB), após ler o relatório da Polícia Federal sobre o deputado Álvaro Lins (PMDB), acusado de comandar uma organização criminosa quando era chefe de polícia civil do Rio.

O corregedor disse que analisou o relatório durante a madrugada desta terça-feira (3). Ele deverá apresentar um parecer sobre o documento na semana que vem à mesa diretora da Alerj, pedindo ou não a cassação do mandato de Lins por quebra de decoro parlamentar.

O relatório, segundo Luiz Paulo, é muito bem fundamentado e com provas contundentes sobre o envolvimento de Lins. "O relatório é quase um inquérito concluído. Tem muitas horas de escuta telefônica e outras provas que demonstram o envolvimento de Álvaro Lins em esquemas de corrupção passiva, formação de quadrilha e enriquecimento ilícito", afirmou o corregedor.

Álvaro Lins prestará depoimento na Alerj na quarta-feira (4). Apesar do seu parecer depender do depoimento do parlamentar, o corregedor acha pouco provável que o acusado consiga provar sua inocência. "Só se ele aparecer com algo muito inusitado que prove sua inocência quanto às acusações do Ministério Público, mas tudo indica que ele terá o seu mandato cassado", disse.

Luiz Paulo explicou que, após apresentar seu parecer, a mesa diretora  encaminhará os autos ao Conselho de Ética, que decide se haverá votação em plenário pedindo a cassação do mandato de Lins. Se isso ocorrer, a votação será secreta.

O advogado de Álvaro Lins, Ubiratan Guedes, considerou as declarações do corregedor precipitadas. Segundo ele, o deputado Luiz Paulo só deveria se pronunciar sobre o relatório após o acusado prestar depoimento na Alerj.

Assessoria confirma presença

Álvaro Lins será ouvido numa sessão fechada, sem a presença de jornalistas. Caso ele não compareça, a corregedoria marcará uma nova data. Segundo a assessoria do deputado, no entanto, ele vai estar presente. Álvaro Lins foi preso em flagrante na última quinta-feira (29), acusado de comandar uma organização criminosa quando era chefe de polícia civil do Rio.
Além do deputado, o Ministério Público Federal apresentou denúncia à Justiça Federal contra o ex-governador do Rio Anthony Garotinho e mais 14 pessoas. Segundo a denúncia oferecida ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região, o grupo de 16 pessoas usava a estrutura da Polícia Civil do Rio de Janeiro para praticar lavagem de dinheiro, facilitação de contrabando e corrupção. O ex-governador negou a acusação de formação de quadrilha armada. Os advogados de Lins também declararam que ele é inocente.
Segundo a polícia, há informações de que havia um plano para matar os policiais civis
que denunciaram o grupo.

Corregedoria vai analisar lista de funcionários

A Alerj confirmou que o chefe de gabinete de Álvaro Lins, delegado Luiz Carlos Santos, que está preso, e a ex-mulher dele Luciana Gouveia, que foi solta, foram exonerados dos cargos que têm na Casa. Luciana era nomeada para trabalhar na TV Alerj.

Segundo a Alerj, a Corregedoria já enviou um ofício ao departamento de pessoal da Casa solicitando a relação de funcionários públicos requisitados pelo gabinete do deputado investigado.

G1 > Edição Rio de Janeiro .

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