segunda-feira, 2 de junho de 2008

Alerj começa a investigar Álvaro Lins

Depoimento está marcado para quarta-feira, em sessão fechada.
Corregedoria analisará documentos e enviará parecer à Mesa Diretora da Casa.

Do G1, no Rio, com informações da TV Globo

O deputado Álvaro Lins (PMDB) poderá enfrentar um processo de cassação de mandato na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A informação foi divulgada três dias após os deputados votarem pela libertação do deputado, após considerar que o colega não prejudicaria o andamento do processo.

Veja o site do RJTV

O primeiro passo para a investigação de Álvaro Lins foi dado nesta segunda-feira (2), quando o presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), entregou à corregedoria toda a documentação da Polícia Federal sobre a operação Segurança S/A. O depoimento do deputado já foi marcado: ele será ouvido nesta quarta-feira (4).
“Se a corregedoria entender que deva ser aberto formalmente o processo de quebra de decoro na Comissão de Ética, defenderei na Mesa o procedimento”, disse Jorge Picciani.

Assessoria confirma presença

Álvaro Lins será ouvido numa sessão fechada, sem a presença de jornalistas. Caso ele não compareça, a corregedoria marcará uma nova data. Segundo a assessoria do deputado, no entanto, ele vai estar presente. Álvaro Lins foi preso em flagrante na última quinta-feira (29), acusado de comandar uma organização criminosa quando era chefe de polícia civil do Rio.
Além do deputado, o Ministério Público Federal apresentou denúncia à Justiça Federal contra o ex-governador do Rio Anthony Garotinho e mais 14 pessoas. Segundo a denúncia oferecida ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região, o grupo de 16 pessoas usava a estrutura da Polícia Civil do Rio de Janeiro para praticar lavagem de dinheiro, facilitação de contrabando e corrupção. O ex-governador negou a acusação de formação de quadrilha armada. Os advogados de Lins também declararam que ele é inocente.
Segundo a polícia, há informações de que havia um plano para matar os policiais civis
que denunciaram o grupo. Agora, Álvaro Lins pode ser processado internamente e ter o mandato cassado.

Para deputado, Casa foi contaminada

Segundo a assessoria de imprensa da Alerj, o próximo passo do corregedor da Alerj, deputado Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB), será ouvir Álvaro Lins e analisar a documentação da Polícia Federal. Em seguida, dará seu parecer à Mesa Diretora da Casa sobre a cassação ou não do mandato. Caso entenda que há elementos que justifiquem a abertura de processo disciplinar, a Mesa encaminhará os autos ao Conselho de Ética, que poderá inclusive encaminhar a punição para votação em plenário.
“Contaminou fortemente a Casa, abalou o decoro. Tudo que já foi escrito e lido nos indica a possibilidade de ter havido a quebra de decoro, por via de conseqüência, a perda de mandato, isto é, a cassação”, disse Paulo Corrêa da Rocha.
A discussão sobre o processo de cassação de Álvaro Lins, no entanto, pode ficar para o segundo semestre por conta do recesso da Alerj, em julho. O objetivo, no entanto, segundo os deputados, é fazer com que o processo termine antes do dia 30. O PMDB informou que, caso Álvaro Lins seja cassado, entra Renato de Jesus, de Belford Roxo.

Corregedoria vai analisar lista de funcionários

A Alerj confirmou que o chefe de gabinete de Álvaro Lins, delegado Luiz Carlos Santos, que está preso, e a ex-mulher dele Luciana Gouveia, que está solta, foram exonerados dos cargos que têm na Casa. Luciana era nomeada para trabalhar na TV Alerj.

Segundo a Alerj, a Corregedoria já enviou um ofício ao departamento de pessoal da Casa solicitando a relação de funcionários públicos requisitados pelo gabinete do deputado investigado.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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