segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

PM-RJ vai apurar suposto vazamento de fotos de corpos no Alemão; imagens estão com imprensa há 5 meses

PM-RJ vai apurar suposto vazamento de fotos de corpos no Alemão; imagens estão com imprensa há 5 meses

Tahiane Stochero
De São Paulo

As fotos dos corpos na megaoperação feita pelas polícias Militar e Civil no Complexo do Alemão em 27 de junho, que deixou 19 mortos e 13 feridos, estão em poder de jornalistas há cinco meses. Somente nesta segunda-feira, o prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (DEM), divulgou em seu ex-blog um link para as 23 fotos.

"São imagens muito fortes. Estão sendo repassadas em rede por policiais!", diz o prefeito em seu blog. A Corregedoria da Polícia Militar (PM) do Rio informou que vai investigar a origem das fotos.

FOTOS CIRCULAM NA WEB
Jornal da Paraíba/Arquivo Folha Imagen
Crédito
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As fotos mostram corpos de pelo menos 13 pessoas, todos homens, com sinais de execução: há diversas marcas de balas, algumas nos rostos e barriga. Um dos corpos está jogado na entrada de uma casa e o sangue forma uma poça. Alguns corpos estão colocados sobre lençóis e parecem terem sido limpados.

Segundo militares e policiais consultados pelo UOL, as fotos são verdadeiras e as mortes teriam sido provocadas por tiros de fuzis. O UOL optou por não dar as fotos dos corpos, alguns um pouco desconfigurados pelos tiros.

As fotos mostram ainda o armamento apreendido pela polícia no Alemão, como pistolas, fuzis, uma metralhadora Browning ponto 30, com capacidade de atingir helicópteros, uma metralhadora 7.62 mm e um fuzil Pára-FAL 5.56mm, de uso exclusivo das Forças Armadas e que é cedido à Polícia Militar do Rio de Janeiro.

"Primeiro precisamos descobrir se havia alguém da Polícia Militar autorizado a oficialmente registrar a operação e, a partir daí, saber como foi o vazamento. Se não havia nenhum policial destacado para o trabalho, vai ser mais difícil descobrir a origem das fotos, que poderiam ter sido feitas por policiais da Força Nacional, que também participaram da operação, de diversos batalhões e até mesmo por gente da imprensa ou moradores", disse o corregedor, coronel Paulo Ricardo Paul.

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