terça-feira, 4 de dezembro de 2007

CPI DA ALERJ E CPI DA CÂMARA DE CAXIAS SE UNEM PARA INVESTIGAR AMPLA



A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga denúncias de irregularidades nos medidores de energia da Ampla da Assembléia Legislativa do Rio e a da Câmara de Vereadores de Duque de Caxias uniram forças e irão trabalhar juntas. A decisão foi tomada na noite desta segunda-feira (04/12), durante a primeira audiência pública itinerante da CPI da Ampla da Alerj, realizada na Câmara Municipal de Caxias, para ouvir os moradores que se sentiram lesados pela troca dos medidores. O objetivo da união, de acordo com o presidente da CPI da Ampla da Alerj, deputado Marco Figueiredo (PSC), é criar um grande grupo de fiscalização dentro do município. “A quantidade de vereadores presentes na audiência demonstra a gravidade do assunto. É inconcebível uma pessoa não poder comprar comida para ter que pagar uma conta de luz. São 25 mil consumidores que estão sofrendo com os desmandos desta empresa", salientou Figueiredo, acrescentando que o primeiro passo a ser dado pelas duas comissões será a reunião das contas de luz dos consumidores do município. "Estamos pedindo para que a população traga duas contas de luz anteriores à instalação dos chips e duas contas posteriores. Vamos realizar uma comparação entre os valores e anexá-la ao relatório final da CPI", afirmou o deputado.

O presidente da CPI da Câmara dos Vereadores de Caxias que investiga os medidores, vereador Fernando Figueiredo (PSC), se colocou à disposição para participar da força de trabalho. "Se precisar, iremos às ruas para evitar novas fraudes. Com a união das comissões será elaborado um relatório final muito contundente contra a Ampla", disse o vereador. Membro da CPI da Alerj, o deputado Zito (PSDB) ressaltou que é importante que a comissão busque apoio em Brasília. "Estamos tentando marcar uma audiência com o ministro de Minas e Energia para demonstrar a ele o que está acontecendo em diversos municípios do nosso estado. É um caso grave, por isso a necessidade de uma posição do ministro", alertou o tucano. A deputada federal Andréia Zito (PSDB-RJ), se colocou à disposição para ser a porta-voz das decisões da comissão em Brasília. "Quando assumi o mandato, uma das minhas missões era lutar pelos cidadãos de Caxias. Já recebemos os deputados para uma audiência na Câmara Federal, no dia 9 de outubro, e, se for preciso, abriremos as portas mais uma vez para esse grupo que está sendo formado aqui, unindo os legislativos municipal e estadual", garantiu a deputada federal, que sugeriu aos vereadores a criação de uma Comissão Permanente para investigar a Ampla. "O Poder Executivo local é totalmente omisso nessa questão. Mas os vereadores podem se unir e tomar as providências cabíveis", disse a parlamentar.

As irregularidades nos chips dos novos medidores instalados pela Ampla foram reveladas por um laudo do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), no mês de julho. O Inmetro descobriu as falhas após investigar os índices de consumo apontados pelo novo aparelho em uma padaria no bairro de Saracuruna, em Caxias. Segundo o dono da padaria, Alex Xander Alves, o instituto constatou um aumento de 58% em relação ao gasto real da padaria anteriormente. "Fico feliz por ter deflagrado a questão. A concessionária quer vencer as pessoas pelo cansaço. Eles ainda alegam que os consumidores praticam furto de energia. Peço a todos que não desistam de lutar", alertou Alves. Segundo o relator da CPI da Alerj, deputado Paulo Ramos (PDT), tanto o Inmetro quanto a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não estão cumprindo os seus deveres. "Parece que há uma orquestração para beneficiar a concessionária. Não podemos conceber que a Aneel prorrogue o prazo de substituição dos chips. O Inmetro já emitiu um laudo que condena o aparelho. Não sei o que precisa mais ser provado", questionou Ramos.

De acordo com o deputado Gilberto Palmares (PT), todo o processo de concessão precisa ser revisto. "O discurso de privatização é sempre animador. O lucro da empresa tem sido de cerca de 30%. A população está perdendo a oportunidade de ter, em sua casa, um serviço público essencial. É uma grande iniciativa trazermos a CPI para o foco do problema", analisou o petista. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Duque de Caxias, Geraldo Menezes, parabenizou a mobilização popular ocorrida no município. "É importante ver a população se revoltando. Essas duas CPIs só existem porque o povo fez barulho. O caminho agora é o envio desses relatórios para o Ministério Público Federal e Estadual", afirmou o advogado.

As audiências itinerantes da CPI da Ampla da Alerj, que tiveram início nesta segunda-feira, têm como principal objetivo dar voz à população sobre as reclamações relativas aos serviços prestados pela concessionária. Além de Caxias, serão realizadas reuniões nos municípios de Magé, Itaboraí e São Gonçalo. "É uma oportunidade de materializar as reclamações e prestar contas do nosso trabalho. Essas pessoas nem sempre têm a oportunidade de comparecer às reuniões que ocorrem na Alerj ", explicou Figueiredo.

Um comentário:

Anônimo disse...

sobre a cpi da ampla, vc pode atualizar mais fatos para 23-06-2011