terça-feira, 23 de março de 2010

Miliciano é preso na Barra por Grupo de Combate ao Crime Organizado do MPRJ

Rio - Guilherme de Bem Berardinelli, acusado de integrar o grupo miliciano conhecido como 'Liga da Justiça' e de tentar formar monopólio de venda de gás na Zona Oeste do Rio, foi preso nesta terça-feira em um condomínio na Barra da Tijuca, durante uma operação realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio.

Durante a ação, realizada em conjunto com a Coordenadoria de Segurança e Inteligência do MP, e em parceria com a Agência Nacional de Petróleo (ANP), foram apreendidos 775 botijões de gás e uma revenda foi interditada. 

Paulo César Carvalho também foi denunciado, pelos mesmos crimes de Berardinelli, porém, está foragido. O Gaeco havia oferecido denúncia em face de Berardinelli e Carvalho e requerido a prisão preventiva deles na semana passada. Eles são acusados de crimes de extorsão e formação de quadrilha.

Segundo a denúncia, no início do ano de 2008, Berardinelli e Carvalho, com cerca de uma dúzia de comparsas e com o intuito de obterem, para si e para o grupo criminoso “Liga da Justiça”, indevida vantagem econômica, constrangeram Robson Boier a se submeter ao monopólio de venda de gás.  Tal ameaça ocorreu estando o grupo portando ostensivo armamento de grosso calibre. Boier se dedicava à revenda de gás avulso, em um pequeno caminhão.

Em um primeiro contato, Boier foi procurado pelos denunciados, sendo então por eles exortado a comprar o gás para revenda exclusivamente junto à Adegás de Inhoaíba Comércio de Gás Ltda., empresa de que são sócios. A vítima, inicialmente, recusou tal ingerência, uma vez que adquiria o botijão de gás que revendia a R$ 21 diretamente junto à distribuidora Liquigás. Caso viesse se submeter à compra na Adegás, iria pagar R$ 28.

Um mês depois, no entanto, os denunciados convocaram Boier para um encontro na sede da Adegás, recebendo-o na companhia de uma dúzia de comparsas armados de fuzis.

Nesse contexto, “os denunciados passaram a ameaçar a vítima, identificando-se como integrantes da milícia “Liga da Justiça” – organização criminosa que aterroriza a Zona Oeste do Rio por meio da perpetração, em plena luz do dia, de crimes os mais sanguinários e cruéis –, mais especificamente como sendo os responsáveis pela administração do monopólio do comércio de gás na circunscrição territorial”, relataram os Promotores de Justiça na denúncia.  Caso não cedesse, teria que parar de trabalhar.

Posteriormente, após a prisão de integrantes da “Liga da Justiça”, Boier voltou a comprar gás junto à Liquigás. Porém, foi novamente ameaçado, inclusive de morte.

O DIA ONLINE - RIO

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