terça-feira, 4 de novembro de 2008

Justiça desbloqueia bens de milionário morto da Mega-Sena

 

Inventariante da fortuna, filha de Renné Senna quer sair do país.
Parte do patrimônio no nome da viúva, no entanto, segue bloqueado.

Alícia Uchôa Do G1, no Rio

Reprodução/Reprodução

Solta desde junho, Adriana Almeida não vai poder usufruir de bens desbloqueados (Foto: Reprodução / TV Globo)

A Justiça de Rio Bonito, na Baixada Litorânea do Rio, determinou o desbloqueio dos bens de Renné Senna, conhecido como o milionário da Mega-Sena, morto em janeiro de 2007, a sete quilômetros da fazenda onde morava. Em decisão da juíza Roberta dos Santos Braga Costa, da 2ª Vara de Rio Bonito, Renata Senna, filha do ex-lavrador Renné Senna e inventariante da fortuna de mais de R$ 50 milhões deixada por ele, vai dispor do espólio em breve.

Responsável pelo processo criminal que acusa a viúva e outras cinco pessoas da morte do milionário, a juíza determinou ainda que “fica mantida a decisão de bloqueio de todos os bens móveis, imóveis” existentes em nome de Adriana Almeida, adquiridos do marido direta ou indiretamente.
No documento, Roberta Braga explica que o bloqueio havia sido pedido para evitar a dilapidação do patrimônio de Renné porque, na época do crime, não havia um inventariante designado para gerir os bens.

Entretanto, o advogado de Adriana Almeida, Jackson Costa Rodrigues, informou que enquanto houver o inventário sobre os bens de Renné Senna, Renata não poderá usar esse dinheiro.

Filha quer sair do país

Segundo o advogado de Renata, como inventariante, ela tem autoridade para gerir todo o patrimônio deixado pelo pai. A viúva Adriana, no entanto, continua morando na fazenda em que morava com Renné, em Rio Bonito, porque, como o processo criminal ainda não terminou, ela mantém o direito aos 50% que lhe cabe no espólio.


Com a decisão, a filha do milionário pretende sair do país.

“Ela só está aguardando a liberação da Justiça para isso. Ela tem medo de ficar aqui e ser vítima dos assassinos do pai”, explicou o advogado de Renata, Marcus Rangoni, que prefere manter sigilo do local escolhido por ela para viver.

Briga no inventário

Na época da morte de Renné, os dez irmãos da vítima reclamavam da alteração no testamento, que teria sido a pedido de Adriana, meses antes de sua morte.

Segundo eles, a viúva teria pressionado o marido, que retirou os irmãos do documento e dividia a fortuna em partes iguais para ela e para sua única filha, Renata Senna. Com o processo criminal que acusa Adriana de envolvimento no crime, o advogado de Renata questiona sua participação na herança.

Bloqueio trouxe dívidas

Ao longo do processo criminal, a viúva chegou a questionar a paternidade de Renata. Com o bloqueio dos bens, os imóveis de Renné acumularam dívidas de IPTU, condomínio, luz, entre outras contas.

Funcionários ficaram meses sem receber e parte do gado da fazenda chegou a morrer em decorrência da falta de alimentos e tratamento adequado. Depois que a Justiça determinou o nome de Renata como inventariante da fortuna, uma quantia de manutenção passou a ser liberada mensalmente.

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