RIO - Após receber a notícia de que a Polícia Militar irá cumprir a lei e pagar a pensão originada com a morte de seu marido - o soldado Franklin Pereira Duarte - X. teve mais uma boa notícia. Ontem, um oficial da PM ligou para o viúvo do soldado e lhe ofereceu apoio psicológico.
- O mesmo capitão que indeferiu meu pedido, me ligou para dizer que a PM quer me apoiar psicologicamente - disse X. de 50 anos.
O apoio oferecido ao companheiro de Franklin é prestado pelo Núcleo de Apoio ao Policial Militar Morto e Ferido.
- O capitão me disse que o coronel responsável pelo núcleo falou que quer me oferecer apoio psicológico. Eu fico muito grato com isso, mas acho que a ajuda está vindo um pouco tarde, né? Já tem 11 anos que o Franklin morreu - comentou o viúvo.
Psicólogos
Em nota, a PM informou que quando X. for ao núcleo, ele "receberá todo o atendimento necessário". De acordo com a nota, "o atendimento é realizado através de psicólogos, que analisam os casos e determinam como serão realizadas as sessões".
O relacionamento de X. e Franklin veio à tona depois que a PM divulgou em seu boletim interno, do dia 28, que o viúvo do soldado não tinha direito ao pagamento de pensão. A PM não o considerava dependente.
A decisão, no entanto, foi revista na última quinta-feira, depois que o governador Sérgio Cabral determinou que a PM cumprisse a lei 5.034, que prevê o pagamento de pensão a parceiros do mesmo sexo.
X. lutou na Justiça durante nove anos para receber pensão pela morte do marido. Em processo contra o Rioprevidência - fundo que administra benefícios previdenciários de servidores do Rio - ele chegou a perder, em primeira instância, mas recorreu e ganhou no Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal.
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