sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Cirurgião diz que tamanho do peito de silicone depende do tórax e da pele

Capacidade de distensão da pele tem quer considerada, diz especialista.
Atriz Marina Mantega sentiu desconforto e reduziu manequim 46 para 38.

Do G1, no Rio

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Marina Mantega quis reduzir o manequim de 46 para 38 (Foto: Divulgação)

Como planejar o tamanho da prótese mamária de silicone? O presidente da seccional fluminense da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica do Rio, Sérgio Levy, é incisivo: o tórax e a constituição corpórea são fundamentais para definir o tamanho certo que o seio deve ter. E a análise do caso não deve ficar restrita à estatura, como muitas pensam.
“Nada impede que a mulher coloque um grande volume de silicone nas mamas. Mas o médico deve observar se a escolha não ficará desproporcional ao corpo da paciente. Para isso, devem ser levadas em conta algumas medidas, não só a altura, mas também o tamanho do tórax, o biotipo e, importante também, é a capacidade de distensão da pele,” explica Levy.

Redução de manequim

Tamanho não é documento - essa frase fez muito sentido para a atriz e administradora de empresas Marina Mantega, 28 anos. Depois de quatro anos com uma prótese de silicone de 265 mililitros, ela resolveu reduzir o tamanho do manequim de 46 para o 38.
“A primeira vez que eu coloquei silicone não fazia idéia da quantidade que o médico iria colocar. Eu já tinha um peito consideravelmente grande. Em 2004, coloquei 265 mililitros, sendo que eu já devia ter uns 250, que eram naturais. Ou seja, fiquei com um peito de quase 500 mililitros. Ficou muito grande, meu corpo não sustentou e o peito caiu. As pessoas achavam que eu era gordinha porque o peito cobria a barriga. Só me viam magra de biquíni”, revela Marina.
O cirurgião Levy afirma que para atingir um tamanho ideal o profissional deve ter um molde. Dessa forma, a paciente decidirá o que é melhor para ela. Ele nota que as clientes, em geral, não têm a menor noção de tamanho.
“Todo cirurgião deve ter no consultório uma prótese de 255 e outra de 285 mililitros. Esses são padrões para a mulher brasileira, não tem erro. Umas querem maiores, outras, menores. Esses tamanhos são básicos”, afirma o médico.
De acordo com Sérgio Levy, a retirada da prótese de silicone pode causar flacidez e excesso de pele nas mamas.
“Retirar o silicone pode causar flacidez, dependendo do tamanho da prótese. Pode ser que a paciente tenha que fazer alguma plástica mamária, mas isso depende de cada caso”.

Controle dos excessos

O desejo feminino de ter os seios “turbinados” levanta uma outra questão: exagerar na quantidade de silicone pode oferecer algum risco à saúde?
“Colocar um grande volume gera dificuldades de realizar tarefas simples do cotidiano, como amarrar os sapatos e até dormir", explica o cirurgião plástico Sérgio Levy. Além disso, há maior chance de complicações na coluna devido ao excesso de peso.

Quatro próteses

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A modelo Ângela Bismarck já fez quatro cirurgias de silicone nos seios (Foto: Arquivo Pessoal)

Personalidade do carnaval, a modelo Ângela Bismarck já fez quatro cirurgias de prótese de silicone. Agora, com 400 mililitros e manequim 42 nos seios, a modelo pretende aumentar mais uma vez.

Ângela, que teve uma infecção hospitalar em sua primeira operação de silicone, revela que o segredo é encontrar um bom médico.
“Já troquei de prótese quatro vezes. Quando as novidades surgem, eu tento me adaptar. Acho a cirurgia para colocar silicone nos seios a mais bonita de todas. Todo mundo repara. O importante é achar um médico bom, para que não haja exageros,” diz a modelo.

Vantagens e desvantagens

De acordo com o médico Sergio Levy, as próteses mamárias dão muitos bons resultados e permitem definir a forma e o tamanho do seio. Além disso, a satisfação da paciente é imediata e o pós-operatório não é complicado. A mulher pode trabalhar, ir ao cinema e a cicatriz fica mínima. Segundo ele, as próteses contemporâneas são de última geração.
“As novas próteses de silicone contam com um envelope duplo, ou seja, o gel é revestido duplamente por uma cápsula de silicone. Esse gel é de alta coesividade, igual a uma gelatina. Se cortarmos ao meio ficam duas partes iguais, o silicone não fica em contato com o corpo da paciente. As próteses antigas tinham um revestimento só, o que as deixavam menos resistentes”, revela o médico.
Para Levy, a desvantagem da prótese é o excesso ou a falta de percepção dos médicos em relação ao tamanho que a paciente quer. Segundo ele, o ruim é cometer exageros e a cirurgia ficar feia.

O médico alerta: mulheres com maior risco de desenvolver câncer de mama, ou seja, aquelas que já têm histórico da doença na família, por exemplo, devem evitar a cirurgia. E as que já amamentaram muito devem não só colocar o silicone, mas fazer uma plástica em conjunto.

 

G1 > Edição Rio de Janeiro

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