Médicos que faltaram plantão no fim de semana estariam sem receber.
Profissionais devem buscar informações com cooperativa, diz Secretaria.
A Secretaria estadual de Saúde afirmou, em nota divulgada nesta quinta-feira (25), que foi realizado o pagamento à cooperativa que contrata médicos para o governo. Mas, de acordo com o Sindicato dos Médicos (SinMed), os cinco médicos que faltaram o plantão de domingo (21) no Hospital estadual Getúlio Vargas, na Penha, subúrbio do Rio, estavam com salários atrasados e correm o risco de não receber o pagamento relativo a setembro. A Secretaria informou que, se houve atrasos nos salários, os médicos devem buscar esclarecimentos com a cooperativa.
De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria, o contrato dos médicos com a Cooperativa Internacional de Trabalhos Alternativos (Cita) expirou no dia 31 de agosto.
O G1 não encontrou até o final da noite desta quinta (25) nenhum responsável pela Cita.
Contrato vencido
A Secretaria de Saúde informou que está apurando como os médicos estavam trabalhando com o contrato vencido. O SinMed argumenta que o fato dos médicos trabalharem o mês de setembro sem contrato é um exemplo de desorganização do Estado.
De acordo com a Secretaria, a Inova Cooperativa de Trabalho dos Profissionais de Ensino, Cultura e Saúde passará a ser a responsável pela prestação de serviço na área da Saúde.
Polêmica com os médicos
Na segunda-feira (22), o governador Sérgio Cabral criou polêmica com a classe médica, ao chamar os médicos que faltaram o plantão do Hospital Getúlio Vargas, de vagabundos. “Só pode ser vagabundo o médico que não vai trabalhar e não atende a população. Quero ver o Conselho Regional de Medicina denunciando esses safados que não vão trabalhar na emergência do hospital Getulio Vargas”, desabafou o governador.
A declaração revoltou a clase. Os médicos do Hospital Rocha Faria, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, resolveram protestar na quarta-feira (24), colocando uma faixa em frente ao hospital escrito: "Nós, médicos, temos orgulho de ser o reflexo do nosso governador. Obrigado, Sérgio Cabral."
Além da faixa, o Sindicato dos Médicos do Rio (SinMed/RJ) informou que pretende entrar com uma ação contra o governador. Segundo o presidente do SinMed/RJ, Jorge Darze, Sérgio Cabral será processado por injúria.
Governador promete mais médicos nos hospitais
Sérgio Cabral garantiu que a partir dos primeiros dias de outubro, os hospitais, o sistema do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e os postos de saúde 24 horas terão mais médicos e enfermeiros, aprovados no concurso do Corpo de Bombeiros.
“Estamos mudando o sistema ultrapassado. Com a entrada de médicos e enfermeiros militares, nos próximos dias 6 e 7, vamos acabar com os médicos cooperativados. Vamos denunciar às corporações os profissionais que queiram se omitir de servir a população”, disse o governador.
Ponto eletrônico
Cabral lembrou que no início de seu governo instalou o ponto eletrônico no estado e que os profissionais que faltam são dispensados. No entanto, destacou que o ponto eletrônico no Hospital Rocha Faria, em Campo Grande, na Zona Oeste, o equipamento foi quebrado.
“Infelizmente, não há solução imediata para o problema. Mas estamos nos adequando. A solução imediata para este caso é a troca desses médicos, o afastamento deles”, defendeu o governador.
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