quarta-feira, 17 de setembro de 2008

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Natanael Damasceno - O Globo, Bom Dia Rio e O Globo Online

RIO - A Justiça revogou a prisão preventiva de 29 policiais militares que são acusados de envolvimento com traficantes de Duque de Caxias. Os PMs, que foram presos em setembro do ano passado durante a operação Duas Caras , são os mesmos que chegaram a ser soltos em novembro de 2007 por um habeas corpus, mas acabaram voltando para a cadeia três dias depois. Na ocasião, o grupo deixou o Batalhão Especial Prisional (BEP). em Benfica, soltando fogos, o que irritou o governador Sérgio Cabral. Dessa vez, os policiais deixaram a prisão discretamente.
De acordo com os advogados Gilberto Raggi e Walmar Flávio, advogados de parte dos policiais acusados, a decisão é da 1ª Vara Criminal de Duque de Caxias, onde corre um dos dois processos referentes ao caso. A juiza Viviane Tovar teria considerado, segundo eles, que os réus não representam risco ao andamento do processo. Com isso, os PMs ganharam o direito de responder às acusações em liberdade.
Os policiais liberados devem voltar ao trabalho. Mas, por enquanto, só cumprirão tarefas internas e sem as armas. Dos 74 policiais presos durante a Operação Duas Caras, 27 ainda continuam no BEP, mas a expectativa da defesa é que eles também sejam soltos no prazo máximo de dois dias.
- A denúncia oferecida seria formação de quadrilha cuja pena mínima é de um ano. O que acontece é que eles já estão presos há um ano exatamente sem que se tenha uma solução do processo - disse o advogado Walmar de Jesus.
Segundo o delegado André Drumond, então titular da 59ª DP (Duque de Caxias), 75 policiais militares lotados no 15º BPM (Duque de Caxias) foram presos na época da operação. Cerca de dez deles teriam conseguido habeas corpus no decorrer do processo por não terem sido reconhecidos pelas testemunhas. Os policiais são acusados de receber propina de tráficantes de Santa Lúcia e Parada Angélica, em Duque de Caxias, corrupção ativa e passiva, além de associação com o crime organizado. Eles também são suspeitos de participação em homicídios e formação de cartéis para exploração de vans de transporte alternativo.
Segundo as investigações, o valor das propinas chegava a R$ 4 mil por semana. Além de receberem pelas drogas, os policiais eram pagos para liberar bandidos que tinham sido presos há pouco tempo. Todos negam envolvimento nos crimes.

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