terça-feira, 23 de setembro de 2008

Em CPI, Marina Magessi nega que tenha qualquer relação com Milícias

Thiago Prado

Rio - A deputada federal Marina Magessi (PPS), em depoimento na manhã desta terça-feira na CPI das Milícias da Assembléia Legislativa, negou que tenha tido qualquer relação com o grupo paramilitar de Rio das Pedras. Marina foi citada há duas semanas na mesma CPI pelo vereador Josinaldo Francisco da Cruz (DEM), o Nadinho, como uma das integrantes da cúpula da Segurança Pública do governo passado que teve apoio de milicianos na disputa eleitoral de 2006: "O local onde eu fui mais votada foi o Alto da Boa Vista com 4 mil votos".

Afirmando que a CPI corre o risco de perder o foco ao convoca-la, Marina aproveitou para falar sobre temas variados. Disse que sua grande preocupação atual é com uma possível ligação entre o Movimento dos Sem Terra e o tráfico de drogas na Rocinha. A deputada se referiu à ida de José Carlos Rainha Junior, que sempre tem seu nome associado ao MST,  à favela para declarar apoio ao candidato Claudinho da Academia (PSDC), investigado por ligação com bandidos da região. "A Rocinha tem mais de dois mil fuzis. O MST armado de foice e martelo já faz bastante estrago. Imagina de fuzil", questionou.

Em nota, o MST informou que considera as declarações de Marina são levianas e irresponsáveis: "A deputada Magessi, ao associar a luta pela reforma agrária com o crime organizado, transforma uma fratura social histórica em questão de polícia e atende os interesses mais reacionários da sociedade, o latifúndio e o agronegócio. Somos um movimento social de trabalhadores rurais que luta por justiça social e pela reforma agrária, como determina a Constituição de 1988, defendemos os direitos humanos e reprovamos atos contrários à vida".

Marina também aproveitou para dizer que ela e integrantes da CPI dos Grampos na Câmara dos Deputados vem sendo pressionados por "grupos" da Polícia Federal. Segundo a deputada, inquéritos estariam sendo abertos para serem vazados para a imprensa.  A comissão foi instalada em Brasília para apurar o uso excessivo e, muitas vezes, ilegal de escutas telefônicas em investigações no país.

A data para o depoimento do deputado federal Marcelo Itagiba (PMDB-RJ) na CPI das Milícias, que foi secretário de Segurança Pública do Rio durante o Governo Rosinha Garotinho (2003 a 2007), ainda não foi confirmada.

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