domingo, 7 de fevereiro de 2010

Na cadeia devido à burocracia judicial

Marcelo Gomes

Justiça lenta

Mesmo com alvará de soltura expedido, Benjamim permanece na carceragem da Polinter do Grajaú. - Foto: Marcelo Gomes

Três meses depois de a Justiça de Pernambuco expedir o alvará de soltura de Benjamim Jorge de Matos, de 32 anos, o pedreiro continua preso na carceragem da Polinter do Grajaú, na Zona Norte do Rio. O motivo? Até agora, nenhum oficial da Vara de Execuções Penais (VEP) do Tribunal de Justiça do Rio foi à Polinter com o original do alvará para colocá-lo em liberdade.

Natural de Orobó, no interior de Pernambuco, Benjamim foi preso em 28 de novembro de 2008, ao procurar a 13 DP (Ipanema) para registrar a perda de sua carteira de trabalho.

— Eu estava trabalhando numa obra e fui demitido. Fui registrar a perda da carteira, porque meu ex-patrão me disse que eu precisava disso para poder receber o seguro-desemprego — disse Benjamim.

Quatro anos antes, o pedreiro teve um mandado de prisão preventiva expedido pelo juízo da Comarca de Orobó. Segundo o Ministério Público, em 2003, Benjamim tentou matar, com um revólver, a própria irmã, além de tê-la agredido fisicamente.

— Na verdade, tive uma discussão com minha irmã por conta das casas que nosso pai deixou depois de morrer. Perdi a cabeça e a agredi na perna. Mas eu não estava armado. Depois da briga, voltei para o Rio, onde já morava. Não sabia que ela havia prestado queixa contra mim — contou Benjamim.

Em sua defesa, Benjamim alegou que não pretendia matar a irmã. A alegação foi aceita pelo juízo, que o condenou a 1 ano e 3 meses de prisão pelos crimes de lesão corporal leve e porte ilegal de arma, já que a vítima e outras testemunhas do processo afirmaram que o pedreiro estava armado.

O julgamento ocorreu em 4 de novembro de 2009. Na ocasião, o juiz Fernando Cordeiro revogou a prisão preventiva do pedreiro, dando-lhe o direito de recorrer em liberdade. O alvará de soltura foi expedido oito dias depois.

Procurado pelo EXTRA na última sexta-feira, o Tribunal de Justiça do Rio não informou o motivo da demora da soltura de Benjamim até o fechamento desta edição.

Caso de Polícia - Extra Online

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