sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Sobe para 13 número de mortos por dengue no Rio de Janeiro

Ministro da Saúde se diz estarrecido com dificuldade de trabalho para mata-mosquitos.Números mostram redução em todo o país, mas avanço da doença no Rio.
Aluizio Freire Do G1, no Rio

Ricardo Leoni(Ag.OGlobo)
Governador e ministro da Saúde anunciam pacote contra a dengue. (Foto: Ricardo Leoni Ag.OGlobo)

A Secretaria Municipal de Saúde informou, nesta sexta-feira (22), que já foram confirmadas 13 mortes provocadas pela dengue no estado – 12 casos no município do Rio e um em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. No país, o total chega a 17 óbitos, segundo dados do Ministério da Saúde. Durante entrevista para apresentar os dados sobre a doença, no Palácio das Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, o ministro da Saúde, José Ramos Temporão, ao lado do governador, Sérgio Cabral, disse que uma das maiores preocupações é a dificuldade de acesso dos agentes às casas das pessoas.
Segundo dados da Secretaria Nacional de Vigilância em Saúde, 38% dos domicílios no Rio não são acessíveis pelos mata-mosquitos. Os dados também apontam que 80% dos criadouros estão em ambiente familiar dos centros urbanos. “É um disparate que numa cidade como o Rio as pessoas se recusem a deixar o agente entrar”, afirmou Temporão.

Novo vírus
Ele também se mostrou preocupado com a ameaça de um novo vírus da doença que está circulando no estado: a do tipo 2, causador da epidemia de 2000. “A situação no Rio preocupa devido a esse caso específico. Para esse tipo, quem tem até 14 anos e nunca teve contato com o vírus está sem proteção”, afirmou.
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O ministro apoiou a decisão do governador, que mandou projeto de lei para a Assembléia Legislativa (Alerj) a fim de multar quem não permitir a entrada dos agentes nas residências ou estabelecimentos comerciais. De acordo com a mensagem, o infrator está sujeito a multa entre R$ 200 e R$ 2 mil, no caso de residências, e de R$ 2 mil a R$ 20 mil para empresas e lojas comerciais. Numa situação mais grave, a multa pode chegar até a R$ 200 mil.Temporão lembrou que a dengue afeta o mundo inteiro. “São 100 milhões de casos por ano em todo o mundo. No Brasil, são 500 mil. Numa hipótese otimista, talvez daqui a cinco anos tenhamos a vacina. Por enquanto, o jeito é persistir com as campanhas de esclarecimentos e contar com a colaboração de todos. Estamos diante de um problema de saúde pública que não depende só do governo”, alertou. De acordo com a avaliação do Ministério da Saúde, foram notificados 32.122 casos de dengue nas primeiras cinco semanas de 2008, contra 53.224 registrados no mesmo período do ano passado, o que representa queda de 39,65%.

Aumento de casos no Rio
Os dados demonstram uma redução significativa no número de casos nas primeiras cinco semanas de 2008, quando comparado com o mesmo período de 2007. Ao contrário do índice nacional, o estado do Rio de Janeiro registrou aumento de 117,42% no número de casos no período analisado. No estado ocorreram 8.486 casos nas primeiras cinco semanas de 2008, o que corresponde a 16% dos casos do país. Ainda de acordo com a primeira avaliação da dengue este ano, não existe nenhum estado com relato de epidemias de grande magnitude, como o ocorrido em janeiro de 2007, quando o Estado de Mato Grosso do Sul já havia notificado praticamente 20.000 casos. A região Centro-Oeste foi a que registrou o maior percentual de queda (81,12%), seguida do Nordeste (26,55%), do Sul (25,51%) e do Sudeste (5,46%). A região Norte apresenta tendência de aumento, com uma elevação de 54,57% dos casos em 2008 em relação ao mesmo período de 2007. Santa Catarina continua sem transmissão local da doença. Todos os casos notificados no estado são importados, ou seja, de pessoas que já chegaram a Santa Catarina infectadas.

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