Há um ano, esporte foi incluído na rotina de treinamentos de força do batalhão. Bope vai dar palestras de motivação para jogadores da seleção de rúgbi.
Do G1, no Rio
Alice Assumpção / G1
Preparador físico do Bope mostra 'Agressividade controlada', um dos 10 mandamentos do batalhão. Veja galeria de fotos (Foto: Alice Assumpção / G1)
O Batalhão de Operações Especiais da PM, o Bope, pretende montar um time de rúgbi - esporte jogado com os pés e com as mãos que se assemelha ao futebol americano - para disputar campeonato carioca de rúgbi e diversificar a sua rotina de treinamentos.
Veja galeria de fotosNa última quarta-feira (13), o Bope fechou uma parceria com a Associação Brasileira de Rugby (ABR) para que a seleção nacional dê consultoria técnica e tática para o futuro time do batalhão. Em troca, policiais vão se encarregar de dar aulas de motivação e de ‘resistência mental’ aos jogadores da equipe nacional, que, segundo um de seus técnicos, Pierre Paparemborde, precisam se fortalecer psicologicamente para conquistar a inédita classificação para o mundial. O preparador físico do Bope, Jorge Otero, ainda precisa de autorizações do governo estadual para levar o projeto de montar um time adiante, mas já faz planos. Ele pretende selecionar cerca de 150 homens para se revezarem entre os 25 jogadores – reservas e titulares – necessários para formar o time.
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Policiais treinam toque de bola. (Foto: Alice Assumpção / G1)
“Vamos precisar treinar muita gente para não prejudicar as operações. Nossa tarefa é proteger a população, não jogar rúgbi”, explica ele.
Comandante deve ser técnico
Segundo Otero, o esporte foi incorporado à bateria de exercícios dos ‘caveiras’ há cerca de um ano, por incentivo do comandante Pinheiro Neto, que é apaixonado pelo esporte e pode até assumir a posição de técnico da futura equipe. A inspiração vem dos trabalhos das forças policiais inglesas e francesas que têm o rúgbi entre os exercícios da rotina de treinamento. Segundo Otero, que leva os policiais para jogar nas praias do Flamengo e do Leme a cada quinze dias, o esporte tem muitas semelhanças com o trabalho desenvolvido pelo batalhão. “Em nosso quadro de trabalhos mensal temos previsto exercícios de força, praticados na água e em escadarias, por exemplo. O rúgbi, até o momento, é somente uma forma de fazer os policiais trabalharem na areia fofa", diz o preparador sobre a experiência ainda recente do Bope com o esporte.
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Bope pretende federar alguns de seus homens. (Foto: Alice Assumpção / G1)
"O rúgbi, no entanto, tem tudo a ver com o trabalho do Bope, pois envolve ganho de terreno, é praticado em equipe e exige espírito de corpo e coragem, assim como nossas ações em favelas. Estamos começando um namoro para levar essa experiência adiante e formar um time”, completa ele.
Allblack brasileiro
A equipe do Bope ainda não está montada, mas já tem uniforme: os técnicos da seleção brasileira, Pierre Paparemborde e Nei Vasconcelos, mandaram fazer uma camisa preta com o símbolo do batalhão e deve entregá-la aos policias quando vier ao Rio em março. “Vamos formar o Allblack brasileiro”, diz o treinador ao comparar os policiais do Bope, que usam farda preta, com o melhor time de rúgbi do mundo, o neozelandês Allblack, ou em português, "tudo negro". Para Pierre, os homens do Bope já estão fisicamente preparados para entrar num campeonato. “Pela parte física, até se o jogo fosse em uma semana, eles estariam bem para entrar em campo. É claro que, na parte técnica, eles ainda precisam melhorar”
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O rúgbi
Praticado em mais de 120 países, o rúgbi é o esporte preferido de australianos e neozolandeses. 30 homens – 15 de cada lado – jogam sem posições fixas num campo de, no máximo, 144 x 70 metros, com o objetivo de pôr uma bola oval no “in goal”, que, como no futebol, fica numa área demarcada logo após a linha do final do campo adversário.
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