Teria sido espancado a mando de Nem
por Priscilla Souza
Gerente do tráfico de drogas no morro do Vidigal, José Carlos Oliveira, de 42 anos, conhecido como Cabeção, teve morte cerebral, no fim da tarde desta segunda-feira, no Hospital São Lucas, em Copacabana. O criminoso teria sido espancado, na virada do ano, a mando do chefe do tráfico na Rocinha e no Vidigal, Antônio Bonfim Lopes, o Nem.
Cabeção chegou a ser socorrido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Rocinha, mas deixou a unidade à revelia, sem receber alta médica.
Acompanhado de familiares, ele deu entrada no Hospital São Lucas, em Copacabana, na madrugada de domingo, dia 2. De acordo com a assessoria do hospital, o bandido chegou com traumatismo craniano e torácico, com risco de morte.
O hospital informou ainda que a família de Cabeção o abandonou na unidade e ninguém pagou as despesas médicas. Segundo a assessoria, o criminoso não tinha plano de saúde, mas — como se tratava de um caso com risco de vida — o hospital não poderia se negar a socorrer o paciente. Internado no CTI, Cabeção teve diagnosticada por um neurologista morte cerebral.
O criminoso estava sob custódia de policiais da 13 DP (Copacabana), já que havia dois mandados de prisão contra ele: um por tráfico e associação para o tráfico e outro por tentativa de homicídio.
Briga por moto
Moradores do Vidigal afirmam que a briga teria começado por causa de uma moto. Na véspera do réveillon, o irmão do traficante conhecido como 99 — que é integrante da quadrilha de Nem — teria ido ao Vidigal e deixado a moto estacionada em um local proibido pelo tráfico, o que teria gerado confusão.
Na briga, o bandido conhecido como Índio teria atirado no irmão de 99, que, segundo relatos, teria sido morto e enterrado no Vidigal. Em represália, Nem teria ordenado o espancamento de Cabeção, responsável pelo controle do Vidigal.
A 15ª DP (Gávea) — que investiga o caso — informou que o motivo da confusão ainda é desconhecido.
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