segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Caso Joanna: Médico legista diz que morte poderia ter sido evitada

Rio - Três tesmunhas foram ouvidas, nesta segunda-feira, na segunda audiência de julgamento e instrução do caso da morte da menina Joanna Marins, morta em agosto de 2010.

A primeira testemunha a depor foi o médico legista Sérgio Cunha, do Grupo de Apoio Tático Especializado (Gate). Segundo ele, a morte de Joanna poderia ter sido evitada caso houvesse uma procura pelo o que teria causado as convulsões.

A próxima audiência será no dia 07 de fevereiro.

Foto: Alexandre Vieira / Agência O Dia

O pai da menina Joanna tem pedido de liberdade provisória negado pela quarta vez | Foto: Alexandre Vieira / Agência O Dia

O médico disse que a criança apresentava sintomas de estresse e sua doença teria sido de causa física e psicológica. Ele frisou também que algumas marcar encontradas no corpo indicam que a menina teve mesmo pés e mãos amarradas.

No início deste mês a Justiça do Rio negou nesta terça-feira a o pedido de revogação de prisão preventiva de Andre Rodrigues Marins, pai da menina. No dia 10, a babá da menina Joanna Marins, Gedires Freitas, prestou depoimento.

De acordo com Gedires, tudo o que foi relatado pela mãe da criança aconteceu. A babá afirmou que no seu primeiro dia de trabalho encontrou Joanna com as mãos e os pés amarrados, além de suja de fezes e urina.

Gedires relatou que, durante as duas semanas em que trabalhou na residência de André e Vanessa, somente viu Joanna nos três primeiros dias. Sendo que só presenciou as “anormalidades” em seu primeiro dia de trabalho no local. Segundo ela, o pai era quem cuidava de Joanna, dando-lhe inclusive banho. A ex-empregada informou, ainda, que quando foi entrevistada para o trabalho, “Dona Vanessa disse que havia uma criança especial na casa, que fazia suas necessidades na roupa”.

A ex-diarista do casal afirmou que nunca viu Joanna ser alimentada, tendo visto somente as duas filhas dos réus fazerem refeições. Gedires disse também que não chegou a ver a menina brincar como as outras, uma vez que nos outros dois dias Joanna esteve sempre no sofá, doente e com ar tristonho. Ela apenas ouviu a menina dizer que sentia saudades da avó e que o pai prometera que a levaria para visitá-la.

No depoimento, a ex- empregada afirmou que ligou duas vezes para o Disque-Denúncia, antes e depois de ser demitida da casa dos acusados, para relatar os fatos que presenciara. Mas afirmou que não sofreu ameaças de seus ex-patrões.

Mãe foi a primeira a prestar depoimento

Segundo o Tribunal de Justiça do Rio, Cristiane demonstrou receio em prestar depoimento na frente dos réus. O juiz, então, pediu a retirada do casal da sala.

Cristiane alegou que André não estava presente no nascimento de Joanna, mas que a procurou para registrá-la. Ela contou que dias depois desta data, o pai disse que não queria mais ver a criança, o que aconteceu até Cristiane entrar com uma ação de pedido de alimentos na comarca de Nova Iguaçu em setembro de 2006. A partir daí foram regulamentadas as visitas de André, que aconteciam esporadicamente.

A mãe de Joanna relatou, ainda, que a primeira vez que viu sinais de maus tratos na filha foi em outubro de 2007, após uma visita ao pai.

Ela descreveu que a menina chegou com a roupa rasgada, um hematoma nas costas e arranhões pelo corpo. A mãe levou então a criança ao hospital e ao IML para fazer o exame de corpo de delito e, em seguida, à delegacia, onde fez o boletim de ocorrência.

Após o ocorrido, Cristiane explicou que as visitas foram suspensas e liberadas novamente em janeiro de 2008. No entanto, segundo ela, André a procurou para ver Joanna somente em dezembro de 2009.

Choro e vômito

Cristiane lembrou, ainda, que todos os dias de visita do pai, Joanna chorava muito, chegando até a vomitar na presença do mesmo. Ela disse que a menina dizia que não queria ir e contou que ele gritava com ela e batia em sua cabeça. Tal fato, de acordo com a mãe, desenvolveu a síndrome do terror noturno na menina, que precisou de medicação para superá-la.

Com a reversão da guarda da menina para o pai em maio de 2010, Cristiane contou que a entregou absolutamente saudável e disse que ficou sabendo de sua internação, no dia 19 de julho de 2010, por uma amiga de André. Ao chegar ao hospital, ela descreveu que a menina estava suja, com várias equimoses pelo corpo, uma queimadura nas nádegas e outra, já em fase de cicatrização, na clavícula direita, além de estar com os pés e as mãos inchados.

A mãe da menina disse também que, segundo o prontuário do hospital, com informações dadas por André, as marcas na menina teriam sido provocadas por uma crise convulsiva. Cristiane, que é médica, disse que isso não seria possível.

A pai da Joanna chegou ao Tribunal de Justiça do Rio, no Centro, sem algemas e não falou com a imprensa.  De acordo com o Tribunal de Justiça do Estado do Rio, a previsão é de que sejam ouvidas, nesta segunda, todas as testemunhas de acusação arroladas pelo MP.

Com informações do Terra

O DIA ONLINE - RIO

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