sábado, 13 de dezembro de 2008

Seis presos por adulterar combustíveis

 

Grupo é acusado de ‘batizar’ álcool e gasolina, manipular bombas e sonegar

Andréa Uchôa

Rio - Cinco empresários e um mecânico acusados de integrar a Máfia dos Combustíveis foram presos, quinta-feira, por policiais da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados. O grupo adulterava álcool e gasolina que eram distribuídos para 27 postos do Rio e da Baixada Fluminense, além de sonegar impostos e manipular bombas. Por mês, lucravam até R$ 3 milhões com o esquema, de acordo com as investigações.

A adulteração era feita em Duque de Caxias, onde o bando investiu cerca de R$ 2 milhões na instalação de uma indústria de produtos químicos de fachada, a Nero 20, para dissimular a verdadeira atividade. No local, eles misturavam água e solventes ao álcool e à gasolina.
“Esta quadrilha que vem atuando há anos. Nas interceptações telefônicas, eles mostram desprezar os clientes e até debocham deles. Num dos trechos, dizem que na Baixada podem fazer o que quiserem porque o cliente abastece, enguiça logo depois e ainda volta pedindo desculpas”, contou o delegado Ângelo Lages.

A Nero 20 pertence aos empresários Paulo Tinoco e Evaldo Barros, apontado por Lages como líder da quadrilha. Os dois estão presos, assim como os administradores do esquema André Luiz Isper e Cláudio Magalhães Castro; o dono de uma rede de postos de combustível, Orlando Lo Duca, e o mecânico Mário José da Silva. Ivan Pereira Augusto, vendedor, está foragido.

De acordo com Lages, Mário era responsável por adulterar as bombas dos postos para que elas marcassem uma determinada quantidade de gasolina ou álcool, mas fornecessem, na verdade, uma quantia inferior à solicitada pelo consumidor. Além disso, sonegavam impostos, comprando álcool através de empresas fantasmas ou de fachada, com a razão social de fábrica de produtos químicos, porque esse tipo de firma compra o produto com 12% de desconto nos impostos.

Empresa de fachada

Os agentes cumpriram ontem nove mandados de busca e apreensão na Nero 20, em Duque de Caxias, e em condomínios de luxo na Barra da Tijuca, onde moram os investigados. Foram apreendidos computadores e documentos. Na empresa, os policiais encontraram munição para revólver 38.

Os acusados foram indiciados por formação de quadrilha, sonegação fiscal, relação de consumo e adulteração de combustível. Se condenados, eles podem pegar até 10 anos de prisão.

As investigações tiveram início em junho, após a prisão de outros seis empresários envolvidos com a máfia do combustível. Apesar de não fazerem parte do mesmo grupo, as quadrilhas tinham conexões, de acordo com a polícia.

O DIA Online

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