segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Rio celebra a maior união homoafetiva do Brasil

Noventa e dois casais gays disseram ‘sim’ ontem em evento no Tribunal de Justiça

Por ALINE SALGADO

Rio -  ‘Qualquer maneira de amor vale a pena’. O versos de Milton Nascimento e Caetano Veloso viraram hino ontem nas vozes de 92 casais gays que comemoraram a união estável no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Na plateia da segunda maior cerimônia de união homossexual do mundo estavam gays, lésbicas, travestis, bissexuais e familiares, que deixaram o amor falar mais alto que o preconceito e celebraram juntos o relacionamento homoafetivo. Dentre eles, Cristiano Teixeira, 26 anos, filho de Rosângela Cardoso, há 21 anos companheira de Zenaide Aparecida, de 50 anos. “Tenho muito respeito e carinho por elas. Zenaide sempre foi meu pai e minha mãe”, conta Cristiano, que foi prestigiar a união da mãe.

Felizes com a cerimônia, gays, lésbicas, travestis, bissexuais terão mais direitos em relação a bens e pensão | Foto: João Laet / Agência O Dia

Felizes com a cerimônia, gays, lésbicas, travestis, bissexuais terão mais direitos em relação a bens e pensão | Foto: João Laet / Agência O Dia

“Casadas nós já estávamos, a certidão de união estável é apenas uma formalização do nosso amor. Um documento para nos garantir segurança”, lembra Zenaide.

Foi também pensando na proteção e segurança do companheiro que Leon Araújo, 22 anos, e Fernando Felipe de Noronha, 31 anos, decidiram oficializar a relação. Mas eles foram além da simples união estável e garantiram também na Justiça a mudança do sobrenome do casal. Eles passaram a ter o Araújo e Noronha nas suas identidades.

“A próxima luta será garantir o casamento civil e depois a adoção. Queremos ter filhos, mas ainda vamos avaliar se será por meio de adoção ou inseminação artificial”, afirma Fernando Felipe.

Juíza de Direito e celebrante da festa, Cristiana Cordeiro explica que pela união estável os casais gays asseguram direitos como pensão em caso de morte, plano de saúde e registro público de bens. Segundo a magistrada, a próxima batalha, que deve chegar ao Supremo Tribunal Federal, é o reconhecimento do casamento civil gay.

Foto: João Laet / Agência O Dia

Foto: João Laet / Agência O Dia

Prioridade na transferência dos bens

A primeira cerimônia oficial de casamento gay no Estado de Washington, nos Estados Unidos, reuniu ontem 140 casais em Seatle — o maior evento do tipo. Eles foram beneficiados pela aprovação, em referendo, da união civil de pessoas do mesmo sexo. Além de Washington, Maine e Maryland aprovaram o casamento gay.

O documento garante, no Brasil, prioridade na transferência de bens ao companheiro, em caso de falecimento. O atendimento é na Av. Marechal Câmara 271, 7º andar, de segunda a sexta-feira, a partir das 11h.

odia.ig.com.br

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