Medida foi adotada após assassinato de policial e do fechamento do comércio devido à morte de supostos comparsas
Por ANGÉLICA FERNANDES
Rio - Equipes de 20 UPPs ficarão no Complexo do Alemão por tempo indeterminado para reforço no patrulhamento. Após o toque de recolher do comércio no sábado, a mando do tráfico, ontem, as lojas e o transporte alternativo funcionaram normalmente.
O corpo do sargento da PM Alexandre Antônio Henriques Barbosa, assassinado horas após o confronto com bandidos em Nova Brasília, foi sepultado na tarde de ontem, no Cemitério de Inhaúma.
Foto: João Laet / Agência O Dia
A família do policial não acredita que a morte do sargento tenha sido por tentativa de assalto, como informou o Coordenadoria de Polícia Pacificadora.
“Não levaram nenhum pertence dele. Meu primo morreu porque o reconheceram como policial militar”, desabafou um morador que não quis se identificar.
A Divisão de Homicídios investiga se o PM foi morto em represália após a morte de dois bandidos na noite de sexta-feira, no Morro do Alemão.
CONTROLE DE TERRITÓRIO
A coordenadoria de pacificação informou ontem que o Setor de Inteligência está trabalhando para identificar os responsáveis pela determinação de fechamento do comércio. Para o sociólogo do Laboratório de Análise da Violência da Uerj, Ignácio Cano, a ordem imposta aos comerciantes questiona o controle territorial da comunidade.
“Esta imposição mostra que há bandos aterrorizando o morro, e isso prova que o patrulhamento não está sendo suficiente. As ações deixam os moradores ainda mais receosos com a pacificação”, explica Ignácio.
Ele aprova a decisão da PM de não obrigar os comerciantes a abrirem suas lojas no sábado. “Seria muito arriscado”, completa. Segundo o sociólogo, a saída para o fim dos confrontos é o reforço no policiamento. “Que voltem com o Bope e Choque se for preciso. O que não pode é a população ficar acuada. A pacificação precisa ser logo consolidada para não colocar em risco outras UPPs”, disse.
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