segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Após blecaute em 12 estados, ONS afasta possibilidade de racionamento

Ténicos avaliam se origem de apagão foi queda de raio em usina.
Térmicas operam em carga máxima para suprir falta de água.

Tássia ThumDo G1 Rio

Após o apagão que atingiu 12 estados no último fim de semana, o diretor geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, descartou o racionamento de energia. O ONS informou que o corte de luz foi maior no Norte de Minas Gerais e em Mato Grosso. Além de Rio e São Paulo, também houve queda de energia no Acre, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Minas Gerais.

Na tarde desta segunda-feira (17), técnicos do ONS e Furnas se reuniram no Rio de Janeiropara tentar identificar a origem do problema que deixou 1,2 milhão sem luz no estado e 1,5 milhão em São Paulo. O relatório ainda não foi concluído mas, segundo Chipp, a hipótese do apagão ter sido causado por queda de raios na Usina de Itumbiara, Goiás, é avaliada pelos dirigentes.

"Podemos avaliar através do Cindacta e Simepar que em quase todo país o tempo estava nublado. Há uma identificação do Simpear de descargas atmosféricas em várias regiões, inclusive perto de Itumbiara. Sendo assim estamos investigando, é possível que tenha sido isso [descargas atmosféricas]", disse o diretor geral do ONS.

Termoelétricas

Hermes Chipp explicou que as termoelétricas estão funcionando com a carga máxima, já que os reservatórios de água estão baixos. O diretor destaca que a região Sudeste tem apenas 30% dos reservatórios cheios, menor índice dos últimos dez anos. Com o aumento da demanda das térmicas, o custo de energia fica maior para o consumidor.

“Se precisar manter a termoelétrica funcionando o ano inteiro, a gente vai manter. O custo mais alto é o custo do racionamento. Nós estamos gerando todas as térmicas na base, elas vão continuar gerando até que a chuva se efetive. A conta deve ficar mais cara, as térmicas vão continuar funcionando até que a gente tenha tranquilidade para poder paralisá-las, acredito que em dezembro e janeiro nem pensar, a não ser que venha uma enxurrada", falou Chipp.

Análise das subestações

O diretore geral do ONS afirmou que é necessário modernizar a estação de Itumbiara, criada entre as décadas de 70 e 80. Hermes Chipp explicou que houve uma expansão da transmissão de Itumbiara a partir do ano 2000, e

"Naquela época a finalidade era suprir a região de Goiás e Brasília. Depois com a evolução do sistema, houve uma grande expansão da transmissão, e essa estação ganhou importância, por isso é preciso fazer um trabalho para o ajuste de arranjos. Já avaliaram e a manutenção em Itumbiara está em dia, mas o sistema em anel deve ser modernizada, deve ser revista. A  ANEEL vai fazer um oficio para o ONS fazer uma revisão, já que agora eles têm relevância. A obra pode ser feita com ela em funcionamento", admitiu Chipp.

Hermes Chipp declarou ainda que as análises completas das solicitações feitas em reunião extraordinária com o Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, no domingo (16), vão começar ainda nesta segunda.

“O ofício da Aneel chega hoje, determinado pelo Comitê de Monitoramento, para fazer esse trabalho. Independente da análise dos especialistas, pela identificação da perda da Usina, vamos ver se outras estações têm problemas similares para corrigir antes que aconteça. São ações preventivas para evitar desligamentos desse tipo”, explicou.

Cinco blecautes em três meses

Com a ocorrência nas instalações da Usina Hidrelétrica de Itumbiara, em Goiás, que provocou o desligamento de aproximadamente 9 mil megawatts, o número de blecautes no últimos três meses chega a cinco.

“Tivemos desligamento em Imperatriz, no Maranhão, Brasília, Foz do Iguaçu, Colinas e Itumbiara. Eu só considero apagão em Colinas, porque apagão é desligar todas as cargas da região e com o tempo de restabelecimento demorado. Esses desligamentos, eu chamaria de seletivos de cargas para evitar o apagão. Não é comum, mas houve um determinado mês de uma concentração de quatro deles. É muita coisa para um período pequeno. Não há motivo, as origens foram diferentes em cada um”, completou.

g1.globo.com

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