terça-feira, 12 de junho de 2012

Grupo protesta contra galpão que recebe lixo da coleta pública de Caxias

‘O mau cheiro é forte e está na porta da casa da gente’, diz manifestante.
Secretario municipal de Meio Ambiente diz que é jogo político.

Bernardo Tabak Do Rio

Caminhões compactadores deixam o lixo dentro do galpão (Foto: Bernardo Tabak/G1)Caminhões compactadores deixam o lixo dentro do galpão (Foto: Bernardo Tabak/G1)

Um grupo de cerca de 30 pessoas, que se dizem moradoras das proximidades do antigo Aterro Sanitário de Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, fez um protesto, na segunda-feira (11), contra um galpão que está recebendo toneladas de lixo, todos os dias. O lixo é o da coleta pública da própria cidade de Caxias, e é descarregado no galpão, na Avenida Monte Castelo, a menos de um quilômetro da entrada do antigo Lixão de Gramacho, como era conhecido o aterro, que foi desativado no dia 3 de junho.

“Já que o Lixão de Gramacho acabou, porque continuar jogando ali?”, questiona Flávio Siqueira, que afirma morar próximo ao galpão. “O mau cheiro é muito forte e está na porta da casa da gente. E os caminhões não respeitam a Lei do Silêncio, descarregando lixo até de madrugada e fazendo muito barulho”, reclama Siqueira.

Mapa Aterro Gramacho (Foto: Arte/G1)

De acordo com o secretario de Meio Ambiente de Duque de Caxias, Samuel Maia, o galpão em Gramacho não é um depósito, mas sim um local para fazer o transbordo do lixo dos caminhões compactadores, que fazem a coleta pública, para carretas com caçambas duplas, que fazem o transporte até o Aterro de Seropédica. “Se a gente fosse levar o lixo nos compactadores, seriam 40 caminhões por dia cruzando a Via Dutra, ou a Avenida Brasil, criando um impacto enorme no transito”, explica o secretário. “Além disso, a operação fica mais barata”, complementa.

Jogo político

Entretanto, Flávio Siqueira critica os transtornos causados pelo galpão. “A prefeitura esta economizando e prejudicando os moradores da região”, ressaltou. O secretário de Meio Ambiente rebate, e afirma que não existem residências próximas ao galpão onde é feito o transbordo do lixo. “Não tem moradores perto. É um lugar totalmente isolado. No entorno, há outros galpões e alguns terrenos vazios”, enfatiza.

Nos fundos do galpão, toneladas de lixo à espera do transporte para um aterro sanitário (Foto: Bernardo Tabak/G1)Nos fundos do galpão, toneladas de lixo à espera do transporte para um aterro sanitário (Foto: Bernardo Tabak/G1)

Samuel Maia vai além e diz que o grupo que protesta contra o galpão está servindo a interesses políticos de pessoas que deixaram de ganhar dinheiro com a exploração do lixo do Aterro de Gramacho, após o fechamento do Lixão.

“Esses lobistas é que estão batendo na questão do transbordo. Essas pessoas ganhavam com o Lixão de Gramacho, e tiveram os interesses contrariados”, afirma Maia. “O galpão não é um depósito, pois o lixo não fica ali parado. Ele é apenas retirado dos caminhões compactadores e colocado nas carretas, para o transporte”, concluiu o secretário.

G1 - Rio de Janeiro

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