terça-feira, 21 de outubro de 2008

Facção criminosa ordenou morte de diretor de Bangu 3, diz Sindicato

 

Segundo presidente do órgão, ordem veio do presídio de Catanduvas, PR.
Visitas em unidades onde estejam presos da facção devem ser suspensas.

Cláudia Loureiro Do G1, no Rio

O presidente do Sindicato dos servidores do sistema penal, Francisco Rodrigues atribuiu a morte do diretor de Bangu 3, tenente-coronel José Roberto do Amaral Lourenço a uma facção criminosa.

"Não tenho dúvidas que a ação foi determinada, orquestrada e comandada pela liderança do Comando Vermelho. A ordem é nos assassinar em série”, disse ele.


Segundo Rodrigues, a medida foi descoberta por meio de uma interceptação telefônica feita pela 22ª DP (Penha), durante investigação de rotina. Ele informou também que a morte do diretor foi um recado para o governo. A ordem, segundo ele, teria partido de Catanduvas, no Paraná, e não do Rio. “Ninguém no Rio tinha poder para ordenar essa morte”, garante Rodrigues.

Ele afirma ainda que o homem mais influente atualmente na facção criminosa é Marcinho VP, que cumpre pena junto com Fernandinho Beira-Mar em Catanduvas. “Ele (Marcinho VP) participou efetivamente disso. Beira-Mar é o que tem mais dinheiro, mas o mais influente é Marcinho VP.

Visitas suspensas

Segundo Rodrigues, a resposta à morte do diretor vem nos próximos dias. O Sindicato pretende suspender as visitas em unidades onde estejam presos ligados ao grupo criminoso nas próximas 72 horas.

A suspensão tem como objetivo pressionar o governo a garantir a segurança de quem trabalha no sistema carcerário. “O mínimo que a gente espera é que o governo facilite o acesso ao armamento para nossa defesa. Exijo uma arma na cintura de cada agente penitenciário para sua defesa”.

Ele explica que dentro dos presídios os agentes não são autorizados a usar armas. Quando há necessidade de repressão são usadas bombas de gás lacrimogêneo, cassetetes, choques elétricos e balas de borracha.
Rodrigues diz que só este ano, oito agentes penitenciários morreram no estado do Rio. “É muito fácil reconhecer um agente penitenciário. Eu não vou a nenhum lugar que tenha aglomeração de pessoas porque é um risco”.
O presidente estima que, em média, 17 agentes penitenciários morram por ano no estado do Rio. Segundo ele, há 3.400 agentes em exercício, que cuidam de 26 mil presos em 44 presídios no estado. Desses 3.400, apenas mil têm armas e coletes à prova de balas.

O G1 entrou em contato com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) do Rio, mas ainda não recebeu resposta.

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