quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Polícia do Rio ganha manual com regras para uso de armas e algemas

Segundo orientações, arma de fogo só deve ser usada como último recurso. Abordagem, revista pessoal, primeiros socorros e discriminação são temas das cartilhas.

Alícia Uchôa Do G1, no Rio

Abordagem, revista, negociação de conflitos, primeiros socorros e regras para o uso de armas de fogo e algema, além de biossegurança são alguns dos temas que milhares de policiais civis e militares vão ter acesso nos 12 novos manuais de orientação preparados pelo Instituto de Segurança Pública do Rio (ISP). "Nos últimos 10 anos, foram 5 mil policiais feridos, dos quais mil morreram. Perdemos quase um batalhão de policiais a cada dois ou três anos. O manual de primeiros socorros vai diminuir isso a ajudá-los não só a salvar os cidadãos, como os companheiros", disse o major da PM André Luis Vidal.“A violência não é a única resposta à criminalidade. A prevenção também pode resolver o problema da Segurança Pública. O projeto tem duas vertentes: fortalecer as ouvidorias de polícia e ter atividades como a unificação dos dados das polícias e a melhor preparação das lideranças comunitárias”, explicou o chefe de assistência Européia, Jean François Olivier.

Armas só como último recurso
Entre as normas escritas estão a preservação do local do crime, o uso de armas de fogo apenas como “último recurso aplicado”, além do uso de algemas segundo a nova súmula do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Tudo, dizem os manuais, com base nos direitos humanos. "É inadmissível que o policial porte uma arma com o dedo no gatilho na abordagem. A parte técnica, o marginal não tem. Nós temos a técnica e não podemos errar. O manual vai diminuir esses erros", acredita o autor do manual de uso de armas de fogo, Carlos Eduardo Yegros, do serviço de armamento da academia de polícia.“O policial não pode só se basear em recomendações. Ele tem que se basear em regras claras e escritas, com técnicas, para que se sinta mais seguro”, completa o diretor de ensino da Polícia Militar, Carlos Jorge Fogaça.

Os manuais
Além de táticas e técnicas de uso de equipamentos como armas e algemas, os textos abordam ainda questões como gerenciamento de crise, meio ambiente, atendimento ao turista e à mulher vítima de violência – incluindo a Lei Maria da Penha -e discriminação racial, ética, religiosa ou procedência nacional. Apesar da importância das novidades, nem o secretário de Segurança José Mariano Beltrame, nem os chefes das polícias civil e militar, Gilberto Ribeiro e Coronel Pitta, compareceram ao evento.

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