quinta-feira, 7 de agosto de 2008

PMs do caso João Roberto se recusam a falar em interrogatório

Advogados terão de apresentar defesa prévia em três dias.Juiz do 2º. Tribunal do Júri marcará audiência para ouvir testemunhas de acusação.

Alba Valéria Mendonça Do G1, no Rio

Os policiais militares acusados de matar o menino João Roberto, de 3 anos, ao atingir o carro da mãe dele com 17 tiros, se recusaram a falar no interrogatório realizado nesta quarta-feira (6), no 2º. Tribunal do Júri, no Centro do Rio.O juiz Paulo de Oliveira Lanzellotti Baldez determinou que os advogados do cabo William de Paula e do soldado Elias Gonçalves da Costa Neto apresentem defesa prévia, por escrito, para ser anexada ao processo. Depois de apresentada a defesa, o juiz marcará uma nova audiência. Desta vez para ouvir as testemunhas e as provas de acusação.

Mais de uma hora de atraso
O interrogatório marcado para as 13h começou com mais de uma hora de atraso. O promotor Paulo Rangel tinha pedido para que fossem exibidas as imagens gravadas pelo circuito de segurança de um prédio, que mostrava a ação dos dois policiais. Mas, devido a falta de qualidade do DVD, as imagens não puderam ser mostradas na audiência. O juiz pediu para que o material fosse encaminhado ao Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE). A intenção é fazer com que, depois de receberem tratamento técnico, as imagens possam ser exibidas durante a audiência de acusação. Ele pediu ainda a perícia para ver se é possível obter fotos a partir do DVD, que também seriam anexadas ao processo. O defensor público Marcelo Machado, que atua na defesa do soldado Elias, pediu ao juiz para dispensar o PM durante a exibição das imagens e na audiência de provas de acusação. O pedido foi recusado pelo promotor, alegando que o presença do soldado poderia ser necessária num eventual reconhecimento durante a sessão. O juiz aceitou o pedido do promotor, acrescentando que os dois réus deverão estar presentes no Tribunal do Júri. A audiência, que foi aberta ao público, durou 40 minutos. Depois de ouvir as testemunhas e ver as provas da acusação, o juiz marcará uma nova audiência para ouvir as testemunhas de defesa dos policiais. Até lá, eles poderão se reservar o direito de permanecer em silêncio durante as sessões. Ou os advogados dos PMs, se entenderem que existem novas provas ou dados relevantes, poderão pedir que seja marcado um novo interrogatório para os policiais.

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