domingo, 1 de janeiro de 2012

Praia de Copacabana amanhece castigada pelo lixo após réveillon

Athos Moura Waleska Borges - O Globo

RIO - Após a festa de ano novo, a Praia de Copacabana amanheceu castigada, tanto pelo tempo chuvoso quanto pela quantidade assustadora de lixo que foi deixada para trás.

O trabalho árduo dos garis começou às 5h da manhã, assim que o dia clareou. O público não atendeu aos pedidos das autoridades para que levassem seus sacos plásticos e recolhessem seu próprio lixo. Lixeiras estavam espalhadas pela orla, porém, houve quem alegasse que eram poucas unidades e que, as que tinham, estavam todas cheias.

— A lixeira está muito longe. Os garis vão recolher daqui a pouco, então jogo aqui mesmo. Não tem problema — afirmou o operador de telemarketing Thiago Santos, de 22 anos.

A Praia de Copacabana amanheceu com muito lixo. Na foto, um registro na altura do Copacabana Palace Foto: Hudson Pontes / Agência O Globo

O secretário municipal de Conservação e Serviços Públicos, Carlos Osório, disse na manhã deste domingo que o trabalho de limpeza nas praias desde o Leme até o Recreio deveria ser concluído às 10h. Cerca de 3.800 garis atuam na orla. Osório estima que, pelo volume de lixo encontrado no chão, o público em Copacabana neste réveillon deve ter sido superior ao da virada de 2010/2011. Ainda de acordo com Osório, as lixeiras plásticas de 240 litros, colocadas em duplas e amarradas no calçadão e na areia, estão facilitando o trabalho dos garis.

— Estamos fazendo a maior operação de limpeza urbana no mundo. Este ano, observamos muita quantidade de garrafas de vidro e de espumante no chão. Esta é uma questão para se discutir com a Ordem Pública e para alertar os cariocas para o próximo ano.

Segundo a Secretaria municipal de Saúde, a maioria dos 1.645 atendimentos realizados entre as 17h do dia 31 dezembro e as 5h30m do dia 1º de janeiro nos sete postos médicos montados na orla de Copacabana foram por cortes nos pés e nas pernas ou intoxicação alcoólica.

De acordo com o gari Anilson José de Freitas, de 50 anos, que trabalha na limpeza no pós-réveillon há pelo menos 15 anos, no trecho em frente ao Copacabana Palace, este é o ano mais sujo que ele observou após a virada. Ainda conforme depoimentos de garis, os catadores de latinhas não atuaram neste ano.

Por volta de 11h, os garis ainda faziam o trabalho de resgaldo na limpeza da Praia de Copacabana. A maior concentração de lixo é em frente ao palco principal, na altura do Copacabana Palace. Nos demais pontos, o trabalho dos garis está praticamente concluído.

Enquanto a equipe de O GLOBO fotografava o resultado da falta de educação do público, uma turista de São Paulo chegou a pedir que a foto não fosse tirada para que a imagem da cidade não fosse prejudicada. Segundo ela, que se disse indignada com a sujeira, a cidade não merecia ser tratada de tal maneira.

Na areia, que mais parecia um camping devido a grande quantidade de barracas e tendas espalhadas, as pessoas pareciam não se importar em dividir o mesmo espaço com a sujeira. Com a chuva e a maré subindo, o lixo era levado para a água. Dentro do mar, garrafas, latas e plásticos se misturavam a flores oferecidas para Iemanjá.

Seop apreende 3.600 bebidas com ambulantes irregulares em Copacabana

A operação da Secretaria Especial da Ordem Pública (Seop) de combate à desordem foi realizada desde a madrugada de sábado apreendeu, até o momento, 3.600 bebidas diversas com ambulantes irregulares em Copacabana. Os agentes, em parceria com guardas municipais, apreenderam ainda 129 botijões de gás, 50 quilos de camarão, 100 quilos de alimentos diversos, como farofa, carnes e frutas, 50 quilos de milho, 127 chapéus e bonés, 192 camisetas, 97 capas de chuva, dez churrasqueiras, entre outros itens. A fiscalização retirou 125 barracas de camping montadas nas areias de Copacabana.

Durante a ação, agentes da Seop multaram 965 veículos e rebocaram 202 por estacionamento irregular na virada do ano em Copacabana. De acordo com a Seop, a fiscalização também percorreu bairros vizinhos e impediu que dez ônibus de turismo estacionassem irregularmente na Avenida Pasteur, em Botafogo, e no Jardim de Alah, em Ipanema.

Extra Online

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