terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Poda de árvores motivou apagão no Rio e na Baixada, diz Furnas

Empresa diz que linha de transmissão foi afetada devido a serviços no município de Rio Claro

Rio - Furnas informou, na tarde desta terça-feira, que o desligamento das linhas LT Angra-São José e LT Adrianópolis-São José ocorreu devido a serviços de poda seletiva de árvores no distrito de Lídice, no município de Rio Claro.

Durante o serviço foi provocado um curto-circuito que causou o desligamento de dois circuitos de 500kV que alimentam a Subestação São José, localizada na Baixada Fluminense. De acordo com a nota, não houve danos aos equipamentos e as linhas de transmissão foram imediatamente liberadas para reenergização.

Fornecimento restabelecido

Também nesta terça-feira, a Light informou que o fornecimento de energia elétrica foi totalmente restabelecido em bairros da Zona Norte por volta do meio-dia. Às 10h30, houve oscilação de energia em diversos bairros e interrupção no fornecimento em pontos da Zona Norte, Ilha do Governador e Baixada Fluminense. A interrupção afetou cerca de 840 mil clientes da Light e 100 mil da Ampla, na Baixada, elevando a 940 mil o total de pessoas afetadas pelo apagão.

Apesar da informação divulgada pela Light, usuários ainda relatam que trechos do bairro Engenho da Rainha estão às escuras. De acordo com o internauta @Otto_Guilherme, a Rua Mário Ferreira ainda não tem energia.

Foto: Felipe Schmidt / Agência O Dia

Estação da Pavuna ficou fechada por 40 minutos | Foto: Felipe Schmidt / Agência O Dia

A falha na transmissão de energia ocorreu no Sistema Interligado Nacional (SIN) e não tem relação com o sistema de distribuição da Light.

A Linha 2 do metrô e o Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, tiveram serviços prejudicados pela pane elétrica. A falta de energia não poupou nem o secretário municipal de Conservação e Serviços Públicos, Carlos Roberto Osório. Ele postou no Twitter que ficou 20 minutos parado no teleférico do Complexo do Alemão, que, segundo ele, funciona con geradores apenas para retirar passageiros.

Problemas também na Baixada
Bairros da Zona Norte, como Bonsucesso, Quintino, Piedade, Vila da Penha, Olaria e Ilha do Governador foram afatedos. Na Baixada Fluminense, moradores de São João de Meriti, Caxias e Nova Iguaçu também reclamaram de apagão.

Segundo a Ampla, o fornecimento de energia já foi restabelecido nos bairros de Campos Elísios, Saracuruna , Jardim Primavera, Figueira, Mauá e Parque Império, em Duque de Caxias, afetados pelo desarme da substação de São José, pertencente a Eletrobras Furnas. A interrupção ocorreu de 10h41 às 11h36, afetando 100 mil clientes da distribuidora.

Foto: Felipe Schmidt / Agência O Dia

População sofre com falta de luz na Zona Norte, Baixada e Ilha do Governador | Foto: Felipe Schmidt / Agência O Dia

A concessionária MetrôRio informou por volta das 11h57, através do Twitter, que a linha 2 já opera normalmente de Pavuna a Botafogo. Durante o apagão, o trecho entre Inhaúma e Pavuna foi temporariamente interrompido e a linha 2 operou apenas de Maria da Graça a Botafogo. De acordo com a empresa, por volta das 11h45, o fornecimento de energia foi restabelecido.

De acordo com a Infraero, o fornecimento de energia no Galeão começou a ser normalizado por volta das 11h. Várias companhias fecharam seus guichês e painés eletrônicos ficaram apagados. Nenhum voo foi prejudicado.

Segunda-feira caótica no metrô

A segunda-feira foi caótica para aqueles que precisaram se deslocar no metrô. Quatro estações fecharam, as demais superlotaram e passageiros encararam momentos de desespero trancados por até 40 minutos nas composições, sem informação sobre o que ocorria.

Foto: Agência O Dia

Na estação de metrô da Central, plataforma estava abarrotada de passageiros | Foto: Agência O Dia

Os que optaram por ônibus ou carro sofreram com as interdições e inversões de mão nas ruas do Centro para obras do Porto Maravilha — o engarrafamento chegou ao Aterro do Flamengo, Ponte Rio-Niterói e Avenida Brasil.

'Filme de terror'

“Parecia filme de terror. O metrô ficou parado entre as estações e ninguém dizia o que estava acontecendo. As pessoas ficaram desesperadas batendo nos vidros. Teve gente que desmaiou. Tentamos falar no mecanismo de emergência, mas ninguém respondia. Algumas pessoas mudaram de vagão pelas portas das composições para tentar informação”, conta o comerciante Rodrigo Henriques, 31, que ficou parado entre Catete e Largo do Machado. Ele saiu encharcado de suor.

Mãe de Rodrigo, Rosana Andrade, 50, é hipertensa e teve que ser amparada: “Achei que ia morrer, foi um horror. O metrô estava tão cheio quando deu o problema que as pessoas não conseguiam se mexer. Estava difícil respirar. O ar condicionado não deu vazão e ficou muito quente”.

A série de problemas no metrô começou por volta das 8h50. Passageiros que seguiam para a Pavuna precisaram desembarcar na Glória por causa de um defeito na porta da composição. Pouco depois, na estação Central, outro trem apresentou avarias e causou atraso nas viagens.

Sem visão

O problema mais grave ainda estava por vir. Por causa de pane no sistema de sinalização automática, as estações Cardeal Arcoverde, Siqueira Campos, Cantagalo e General Osório fecharam entre 10h50 e 11h20. O intervalo entre os trens chegou a 12 minutos.

“Fiquei mais de meia hora entre as estações Siqueira Campos e Cardeal Arcoverde. Como a sinalização ainda não tinha voltado, a condutora disse que iria visualizar a próxima a olho nu”, conta o advogado Nelson Mendes, 27.

Viagem termina em caminhada na linha férrea

Problemas técnicos também atingiram um trem da SuperVia que seguia de Santa Cruz para a Central do Brasil. Mais uma vez, os passageiros tiveram que desembarcar da composição e caminhar cerca de 400 metros nos trilhos até a estação mais próxima.

A falha no sistema elétrico foi identificada às 15h39, próximo à estação Central. Mais cedo, por volta das 6h30, passageiros de duas composições do mesmo ramal precisaram mudar de trem. A concessionária afirmou que a baldeação foi realizada por causa de uma vistoria de rotina.

A Agetransp, agência que regula o transporte ferroviário e metroviário, instaurou dois processos para apurar os motivos dos incidentes no metrô. Sobre o trem, o órgão não informou se vai investigar a causa do problema nem se vai lavrar multa.

Corrida por ônibus e táxi

Com estações superlotadas, atrasos e sem informações sobre o que estava acontecendo, muitos usuários do metrô desistiram de usar o transporte público. Na estação de Botafogo, passageiros disputavam táxis. Na estação Central do Brasil, ônibus saíram lotados para as Zonas Norte e Sul.

O DIA ONLINE

Um comentário:

Anônimo disse...

História da Carochinha...