segunda-feira, 12 de abril de 2010

Polícia investiga se Rogério Andrade sofreu atentado de aliados

Segundo investigação, bicheiro queria controle exclusivo de caça-níqueis.
Policiais pagavam participação ao contraventor para explorar jogo.

Aluízio Freire Do G1, no Rio

     Foto: Reprodução/TV Globo

Rogério Andrade (Foto: Reprodução/TV Globo)

A polícia investiga se o atentado contra o contraventor Rogério Andrade teria partido de aliados, numa ação conhecida como “golpe de estado”.

A hipótese surgiu depois de uma informação que chegou aos policiais de que Rogério estaria exigindo o controle exclusivo das máquinas de caça-níqueis que estavam sendo controladas por policiais civis e militares em áreas da Barra, do Recreio e de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio.

Com essa exigência, Rogério estaria quebrando um acordo em que aceitara receber apenas uma espécie de royalties pela exploração da atividade ilícita com o uso das máquinas em seu território. O interesse maior do bicheiro seria pelos bingos distribuídos em vários pontos da Zona Oeste.

O delegado Felipe Ettore, titular da Divisão de Homicídios, especializada encarregada da investigação sobre o ataque que matou o filho de Rogério, o jovem Diogo Andrade, de 17 anos, na última quinta-feira, no Recreio dos Bandeirantes, não quis confirmar a informação, mas admitiu que linha de investigação tem várias frentes.

“Estamos fazendo um trabalho rigoroso, muito detalhado e bastante amplo em cima desse caso. Mas não posso adiantar detalhes técnicos da investigação”, disse.

Pedido de proteção

Rogério Andrade, após ser submetido a uma cirurgia no Barra D’Or, saiu do hospital escoltado por seguranças particulares e das polícias civil e militar. Em sua residência, no Recreio, permanece cercado por um forte aparato policial. E, ainda assim, temendo um outro ataque por parte de desafetos, pediu proteção ao governo do estado.

A advogada Lúcia Dalva Moreira de Sousa, da equipe que defende o contraventor, confirmou que ele encaminhou pedido à Secretaria de Segurança Pública solicitando proteção para ele e a família.

Com a nova hipótese de investigação, a linha não recai apenas sobre seu maior rival, Fernando Iggnácio, apontado como suspeito de ser o mandante do crime. Mesmo assim, ele será intimado a depor na DH.

A possibilidade de o ataque ter partido de aliado, ou de uma suposta conivência de gente ligada à rotina do contraventor, é reforçada pela análise preliminar da investigação, revelando que o artefato explosivo seria uma bomba colocada debaixo do Toyota Corolla blindado do bicheiro que explodiu.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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