terça-feira, 20 de novembro de 2012

Juíza aplica R$ 18 mil de multa a advogados de Bola, que abandonaram júri

POR
ADRIANA CRUZ
ALINE FREIRE
VANIA CUNHA

Contagem (Minas Gerais) -  A juíza Marixa Fabiane Rodrigues determinou, nesta terça-feira, multa de R$ 18.660 para o advogado Ércio Quaresma, que defendia Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, e abandonou o julgamento no primeiro dia. Também pagarão o mesmo valor os advogados Fernando Magalhães e Zanone Manoel de Oliveira Junior. Os defensores terão 20 dias para pagar a multa à Justiça.

O primeiro dia do julgamento do goleiro Bruno e mais quatro réus do desaparecimento e morte de Eliza Samudio no Fórum de Contagem foi marcado por atritos entre a magistrada e os advogados de defesa. "Se ela (juíza) continuar, vai fazer o julgamento sozinha. Vou embora", ameaçou Ércio Quaresma antes de abandonar a defesa de Bola.

O goleiro Bruno ficou sentado no banco dos réus, em Minas, ao lado da ex-mulher Dayanne Rodrigues | Foto: Divulgação

O goleiro Bruno ficou sentado no banco dos réus, em Minas, ao lado da ex-mulher Dayanne Rodrigues | Foto: Divulgação

Quaresma alegou que, desde a sua entrada no plenário, o direito de defesa dos réus foi cerceado pela magistrada. O advogado disse que pode recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF). "Tenho a presença aqui de Luiz Flávio Gomes, não preciso de mais nada", avisou, referindo-se a um dos mais renomados criminalistas do País, que está presentena plateia do Tribunal de Justiça de Contagem.

Reclamações antes de abandono

O defensor de Bola pediu que o tribunal disponibilize uma cópia da mídia usada durante o julgamento e alegou que precisa ter o equipamento disponível em seu computador para ter direito à defesa plena. A mídia solicitada pelo advogado é a transmissão em vídeo dos depoimentos dos réus e testemunhas.

Quaresma afirmou que, em ocasiões anteriores, a cópia não foi disponibilizada para a defesa. A juíza, por sua vez, afirmou que disponibilizou as imagens, de acordo com o direito de preservação de imagem das testemunhas. Caso quisessem, os advogados poderiam copiar tanto as filmagens dos interrogatórios dos réus, quanto das testemunhas.

"Tem dois anos que o processo está em curso e a defesa poderia ter solicitado as imagens", afirmou, categórica, a juíza Marixa Fabiane, após nova tentativa do advogado de tumultuar o início da sessão.

Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia

Noiva de Bruno, Ingrid (à esquerda) acompanha julgamento | Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia

Relembre o caso

A modelo paranaense Eliza Samudio teve um caso com o ex-goleiro do Flamengo. Depois de engravidar, afirmou que o pai da criança era Bruno. De acordo com a investigação da Polícia Civil, para se livrar das cobranças, Bruno teria planejado o assassinato de Eliza, então com 25 anos. A criança nasceu em 2010.

A vítima foi sequestrada em 4 de junho de 2010 na Barra da Tijuca. Dormiu na casa de Bruno no Recreio dos Bandeirantes e chegou ao sítio em Minhas Gerais dia 6. Ela teria sido assassinada no dia 10 do mesmo mês.

São julgados Luiz Henrique Romão, o Macarrão, amigo do atleta, Dayanne Souza, ex-mulher de Bruno, e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do jogador. O adovogado do ex-policial civil Marcos Aparecido Santos, o Bola, ércio Quaresma, deixou o júri e seu cliente será julgado separadamente.

De acordo com a investigação da Polícia Civil, partes do corpo de Eliza foram entregues para cachorros e os ossos da vítima, concretados no mesmo terreno em que ela teria sido assassinada, um sítio em Esmeraldas (MG), propriedade de Bruno. Nada foi encontrado até hoje.

odia.ig.com.br

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