quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Assistente de acusação garante que Macarrão vai confessar crime

POR
ADRIANA CRUZ
ALINE FREIRE
VANIA CUNHA

Contagem (Minas Gerais) -  O advogado José Arteiro, que atua como assistente de acusação, garante que Luiz Henrique Romão, o Macarrão, irá confessar o crime. Segundo ele, o amigo do goleiro está apenas com "medo de envolver o Bola" e "teme represálias". O magistrado sustenta, ainda, que o acordo da confissão está acertado com o réu. "Ele está ameaçado de todos os lados. Se tem medo do Bola, vou meter cadeia nele para todos os lados".

O promotor Henry Wagner Vasconcelos garante que Macarrão vai ser interrogado ainda nesta quarta-feira. O depoimento do acusado deve entrar pela madrugada, segundo ele. "A confissão não é boa para o Macarrão. Ela não importa para mim. Vim em busca de condenação de todos e vou conseguir", afirmou.

O assistente de acusação Cidnei Kapinski já começou a preparar um questionário para o caso de Macarrão confessar o assassinato de Eliza Samudio. O objetido das perguntas, segundo o Ministério Público (MP), é para ver se o amigo do goleiro Bruno Fernandes caia em contradição nas respostas.

Macarrão abraça a avó e os dois se emocionam | Foto: Divulgação / Vagner Antônio / TJMG

Macarrão abraça a avó e os dois se emocionam no segundo dia de julgamento | Foto: Divulgação / Vagner Antônio / TJMG

Assistente diz que adiamento é para que Macarrão assuma culpa

O adiamento do julgamento de Bruno seria uma manobra da defesa do goleiro para que Luiz Henrique Romão, o Macarrão, assuma a morte de Eliza Samúdio. O assistente de acusação Cidney Karpinsky afirmou, nesta quarta-feira, em entrevista à Globo News, que confissão diante dos jurados pode facilitar a absolvição do ex-atleta do Flamengo.

"Essa questão (adiamento) não surpreendeu. A manobra foi tentada desde o primeiro dia de julgamento. Isso é para que Macarrão, e esse conselho de sentença submetido, assuma essa responsabilidade tentando tirar (o crime) das costas do goleiro Bruno", afirmou Karpinsky. O julgamento de Macarrão e Fernanda Gomes, ex-namorada de Bruno, continua nesta quarta-feira.

Bruno será julgado em 4 de março, anuncia juíza

A juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues anunciou, por volta das 11h15 desta quarta-feira, que o julgamento de Bruno, Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, e Dayanne do Carmo, ex-mulher do arqueiro, foi remarcado para 4 de março de 2013.

De acordo com ela, o motivo do adiamento é que a Justiça tem dificuldade de compor o Conselho de Sentença no mês de janeiro. Entram nesse júri também os réus Wemerson Marques, o Coxinha, e Elenilson Vitor. O julgamento havia sido marcado inicialmente para 21 de janeiro.

Advogada Carla Silene defende Fernanda Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia

A defesa de Bruno Fernandes realizou mais uma manobra e conseguiu adiar o julgamento do goleiro. O ex-jogador do Flamengo constituiu novo advogado, Lúcio Adolfo da Silva, que pediu para que o acusado fosse julgado depois por "não conhecer o processo". A magistrada analisou e aceitou o pedido de desmembramento.

Bruno agora é defendido por Lúcio Adolfo e Antonio Rolim. Francisco Simim substabeleceu sem reservas os dois advogados, o que significa que deixou a defesa do réu. Tiago Lenoir também não defende mais Bruno. O goleiro deixou o plenário e retornou ao presídio Nelson Hungria, em Contagem. O júri começou na última segunda-feira com cinco réus e deve continuar apenas com dois: Macarrão e Fernanda Gomes, ex-namorada do ex-jogador do Flamengo.

O promotor pediu a palavra e listou, em oratória, todos os advogados de Bruno. Ele solicitou à magistrada que rejeitasse o direto ao goleiro de constituir mais um defensor e pediu "respeito à Justiça" para a defesa do ex-atleta. Em sua fala, ele pediu, ainda, avaliação para uma penalidade de multa. "A defesa, sob a capa da astúcia e da bravata, só manobra", finalizou o promotor.

'Não é manobra, meu interesse é participar com lealdade', diz advogado

Lúcio Adolfo da Silva negou que tenha realizado uma manobra para adiar o julgamento. Ele deixou o Fórum de Contagem por volta das 10h e não confirmou mudança na estratégia de defesa do ex-jogador do Flamengo.

"Eu não posso antecipar nada. O prazo é bom, me comprometi a não pedir adiamento. Não é manobra, meu interesse é participar da melhor forma, com lealdade. Vocês (jornalistas) acham seriamente que nesse ambiente tumultuado é possível fazer um julgamento isento? Em janeiro teremos tempo pra conhecer o processo", ressaltou.

Bruno deixa fórum e entra no camburão no terceiro dia do julgamento | Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia

Bruno deixa fórum e entra no camburão no terceiro dia do julgamento | Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia

Adolfo da Silva revelou que pretender analisar o caso com calma. "Fui chamado para participar da defesa do Bruno hoje. Não conhecia o processo. Pedi à juíza um prazo para que eu pudesse analisar a matéria".

O defensor afirmou que precisava ir até uma farmácia, pois estava passando mal e sofre de pressão alta. "Alcançamos nosso objetivo. A gente precisava de mais tempo para estudar o processo", afirmou Francisco Simim, ex-advogado de Bruno. A meta principal da defesa era que o goleiro fosse julgado sozinho, contudo, ele será julgado ao lado de Bola e Dayanne.

Integrantes do grupo União Brasileira de Mulheres realizaram manifestação na saída dos advogados. Com cartazes e usando nariz de palhaços, elas protestaram contra o desmembramento de Bruno do processo.

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