Antero Gomes
À frente da Polícia Militar em 2010, ano em que o Complexo do Alemão foi pacificado, o coronel e ex-comandante Mário Sérgio de Brito Duarte falou sobre o ataque de bandidos nesta segunda-feira, na Favela Nova Brasília, quando uma policial da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) morreu após ser baleada.
Mário Sérgio (ao centro) comandou a operação de retomada do Complexo do Alemão, em 2010 Foto: Marco Antônio Cavalcanti / Agência O Globo
-Foi um ataque covarde, um ataque assassino num lugar que os policiais estavam trabalhando pela paz da população. Confio na corporação, que vai dar uma resposta dura, sempre baseada nos princípios da legalidade. Não há retrocesso (da pacificação).
Não há volta. Esse atentado não abala o processo de pacificação - disse Mário Sérgio, que é, atualmente, secretário de Segurança Pública de Três Rios. Ele já fez o pedido de ingresso na reserva à Polícia Militar.
Para Mário Sérgio, quando acontece um problema como o ataque ocorrido na segunda-feira, a população se une porque já sabe e já conhece uma outra realidade de vida, livre dos traficantes.
Coincidentemente ou não, o ataque à UPP ocorreu na mesma noite em que, na Academia Brasileira de Filosofia, Mário Sérgio lançava seu livro (Liberdade para o Alemão - O resgate de Canudos), que fala sobre os fatos que se sucederam durante a ocupação do Complexo do Alemão.
Livro de ex-comandante foi lançado na segunda-feira Foto: Divulgação
-Não vai ser um ataque pontual como esse que vai fazer regredir o processo de pacificação - disse ele.
-É evidente que esse ataque tem a participação de traficantes que não aceitaram a nova situação. Mas não há volta. A polícia não vai retroceder. O que pode acontecer (para melhorar a pacificação no Alemão), depois desse atentado, é a PM aumentar a proteção a seus homens e mulheres que trabalham na região; é se intensificar a proteção á população...
Também acho que a Divisão de Homicídios não deve sair do Alemão até identificar os nomes de todos os bandidos que participaram do atentado.
Sobre a morte da policial, Mário Sérgio disse que "toda a morte é extremamente ruim para a corporação".
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