segunda-feira, 16 de maio de 2011

'Ela tem distúrbios psiquiátricos', diz advogado de acusada de matar namorado

De acordo com a delegada Juliana Rattes, no depoimento de Verônica Verone foram notadas diversas contradições

Rio - O advogado de Verônica Verone de Paiva, Rodolfo Tompson, afirmou, nesta segunda-feira, que a suspeita de matar o empresário Fabio Gabriel Rodrigues, com quem mantinha um relacionamento amoroso, deve ser tratada como alguém "doente".

"Estamos tratando de uma pessoa enferma. Ela toma mais de 10 medicamentos, inclusive alguns de tarja preta. Nós estamos lidando com uma pessoa que tem graves problemas mentais. Ela é uma pessoa enferma que acaba de fazer 18 anos", reiterou Tompson, em entrevista ao RJTV, da TV Globo.

No entanto, a polícia aponta uma série de inconsistências no comportamento de Verônica. A suspeita, que já estava sendo considerada foragida, se apresentou à Polícia Civil na manhã desta segunda-feira. A delegada Juliana Rattes afirmou que o depoimento de Verônica teve diversas contradições.

Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia

Verônica chegou à delegacia de Icaraí acompanhada do advogado Rodolfo Tompson | Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia

"As informações que recebi do perito não bateram com o depoimento dela (Verônica). Inclusive, não foram encontrados vestígios de que a vítima tenha sido arrastada por ela", contou a delegada.

Entenda o caso

Verônica Verone de Paiva, de 18 anos, é acusada de matar um empresário em um quarto de motel em Niterói no sábado. Ela se apresentou à Polícia Civil na manhã desta segunda-feira. Amante de Fabio Gabriel Rodrigues, de 33 anos, há dois anos, ela teria usado um cinto para cometer o crime.

Após o crime, Verônica foi à 77ª DP (Icaraí) onde alegou legítima defesa. O corpo de Fabio Gabriel foi enterrado no domingo no Cemitério Parque da Paz, em São Gonçalo, na Região Metropolitana. De acordo com as investigações, o casal chegou ao motel por volta de 2h de sábado. Verônica afirmou que antes os dois passaram por uma comunidade para comprar cocaína e maconha.

A versão de Verônica indica que apenas Fábio usou drogas no motel. Dentro do quarto, Verônica afirmou que o empresário tentou estuprá-la e para impedir que o crime fosse cometido ela teria o empurrado para o chão. Para a polícia a jovem disse que em um acesso de raiva enforcou Fábio com ele já desacordado.

Durante o depoimento ela teria confessado que enforcou o namorado e, após constatar que saía sangue de sua boca, percebeu que algo errado tinha acontecido.

A Polícia Civil também já sabe que Verônica passava muito tempo em redes sociais e era membro de comunidades no Orkut como 'Desista você perdeu ele para mim' e 'Profile de gente morta'.

Suspeita de ameaças

Amigos e familiares de Fábio afirmaram que Verônica já tinha feito ameaças contra o empresário. A Polícia Civil investiga se o crime foi premeditado, já que a jovem teria ligado várias vezes para a vítima tentando marcar um encontro.

A delegada Juliana Rattes, titular da 77ª DP (Icaraí), afirmou que percebeu diversas contradições no depoimento da acusada, além de divergências entre a versão contada e o que foi encontrado pelos peritos na cena do crime.

Verônica foi indiciada por homicídio qualificado por motivo fútil e tentativa de ocultação de cadáver - após o homicídio, ela tentou arrastar o corpo para a garagem do motel, mas não conseguiu.

A Polícia infirmou também que o resto de um cigarro de maconha e pó branco foram encontradas no carro de Fabio, que Verônica usou para fugir do motel após o crime.

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