domingo, 15 de maio de 2011

Bolsonaro e senadora quase se agridem fisicamente durante discussão no Senado

Rio - Logo após a Comissão de Direitos Humanos da Casa suspender a votação do polêmico projeto que criminaliza a homofobia no país, a senadora Marinor Brito (PSOL-PA) e o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) discutiram, trocaram insultos e quase 'saíram no tapa' nesta quinta-feira, no Senado.

O tumulto quando Marinor se irritou a ver Bolsonaro divulgando seus panfletos "anti-gays" atrás da senadora Marta Suplicy (PT-SP), relatora do projeto, que concedia entrevista a emissoras de rádio e TV. A senadora começou a gritar e chamar Bolsonaro de homofóbico e criminoso, além de acusar o deputado de "utilizar dinheiro público para fazer cartilha".

O deputado provocou Marinor, perguntando se ela iria agredi-lo fisicamente, chamou a senadora de "intolerante" e disse que ela deveria provar suas acusações.

“Tira isso daqui, rapaz. Me respeita!”, advertiu Marinor, batendo no panfleto de Bolsonaro. “Bata no meu aqui. Vai me bater?”, respondeu Bolsonaro. “Eu bato! Vai me bater?”, rebateu Marinor. “Depois dizem que não tem homofóbico aqui. Tu és homofóbico. Tu deveria ir pra cadeia! Tu deveria ir pra cadeia! Tira isso daqui. Homofóbico, criminoso, tira isso daqui! Respeita!", concluiu a senadora.

O tumulto acabou controlado por outros deputados e senadores que estavam no local.

Além de Bolsonaro, diversos deputados contrários ao projeto que criminaliza a homofobia acompanharam a sessão da Comissão de Direitos Humanos - a maioria integrantes da bancada evangélica, que são contra a proposta por considerar que pastores e líderes religiosos poderão ser punidos se condenarem a prática homossexual em suas pregações.

Foto: Reprodução Internet

Marinor se irritou após ver Bolsonaro divulgar panfletos "anti-gays" enquanto Marta Suplicy concedia entrevista a emissoras de TV e rádio | Foto: Reprodução

A comissão adiou a votação do projeto depois que Marta pediu para retirá-lo de pauta na tentativa de dialogar com os parlamentares contrários ao texto. A senadora disse que vai incluir em seu relatório artigo que protege os cultos nas igrejas da criminalização da homofobia.

Panfletos polêmicos

Bolsonaro decidiu, esta semana, distribuir panfletos contra os movimentos de defesa dos homossexuais, o Plano de Defesa dos Direitos Humanos LGBT e o kit de combate à homofobia, que será distribuído nas escolas. Bolsonaro elaborou uma série de mensagens, que estão sendo distribuídas há mais ou menos uma semana. Segundo o deputado, não há nada de pejorativo nas informações contidas no material, mas sim "a realidade" dos fatos.

Nos panfletos, há uma frase em destaque: "Querem, na escola, transformar seu filho de 6 a 8 anos em homossexual", diz. Em seguida, o material mostra os principais tópicos do Plano de Defesa dos Direitos Humanos LGBT e, ao fim, há uma foto de Bolsonaro acompanhada pela seguinte frase: "Com o falso discurso de combater a homofobia, o MEC em parceria com grupos LGBTs, na verdade, incentivam o homossexualismo nas escolas públicas, bem como tornam nossos filhos presas fáceis para os pedófilos".

No material, o deputado cita ainda frases polêmicas de militantes gays e de políticos vinculados à defesa do kit de combate à homofobia.

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