quinta-feira, 19 de maio de 2011

Polícia pode pedir quebra de sigilo telefônico de modelo desaparecida na Rocinha.

Rio - A polícia pode pedir a quebra de sigilo telefônico da modelo Luana Rodrigues, desaparecida há 10 dias, caso consiga informações sobre um possível celular da jovem. Nesta quinta-feira, pais, parentes e amigos da modelo estiveram na delegacia.

Foto: Reprodução

Luana de Sousa, 20, sempre atraiu olhares: suposto relacionamento com policial pode ter sido a causa do crime | Foto: Reprodução

O delegado da Divisão de Homicídios, Felipe Ettore, disse nesta quinta-feira que a unidade especializada deu início as investigações sobre o desaparecimento da modelo Luana Rodrigues, de 20 anos, e de uma amiga dela identificada apenas como Andressa.

Elas teriam desaparecido na Favela da Rocinha, no ultimo dia 9, e moradores da regiao contam que ambas teriam sido executadas a mando do traficante Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, por suspeitar que elas estivessem namorando policiais.

"Todas as hipóteses estão sendo investigadas inicialmente, mas começamos agora o trabalho, já que o procedimento que consta o desaparecimento dela, registrado na 15º DP (Gavea) só chegou hoje.

Denúncias
A Central Disque-Denúncia informou nesta quinta-feira que recebeu até o momento uma informação a respeito do desaparecimento de Luana Rodrigues de Sousa, de 20 anos, que saiu pela última vez de casa, na Estrada das Canoas, em São Conrado, no dia 9 de maio, por volta das 14 horas, junto com sua
amiga de nome Andressa.

Entenda o caso

Eram pouco mais de 14h da segunda-feira, dia 9, quando a jovem modelo Luana Rodrigues de Sousa, de 20 anos, saiu pela última vez de casa, na Estrada das Canoas, em São Conrado. Short jeans, blusa creme, sandálias de dedo nos pés, a estudante colocou o telefone celular no bolso e seguiu para a vizinha Favela da Rocinha. De lá, jamais voltou.

A cerimônia de ontem foi chamada de Missa da Esperança Cristã pelos Fiéis Defuntos. “Em oração por nossa irmã falecida Luana, que marcou nossas vidas com sua presença. Nosso encontro aqui é a prova da vitória em Cristo”, afirmou o padre.

Por várias vezes, o sacerdote falou sobre confortar os corações dos parentes que estão sofrendo com a perda da bela e alegre menina. “Nosso pedido é de conforto para nossos corações. Vamos rezar pela Luana e consolar nosso coração. Luana Rodrigues de Sousa. Muitas vezes a pressão, o poder do mal é mais forte do que nós. Mas peço que confiem em Deus. E agora pedimos paz pela vida da Luana. Que o amor vença o mal e sigamos em frente”, pregou.

Durante os 45 minutos, os pais receberam os abraços dos cerca de 70 amigos que estiveram presentes à missa, mas mal conseguiam falar.Num abraço final, o pai, Miraldo, desabafou: “Nada vai trazer minha filha de volta”.

Mutiladas e carbonizadas

A notícia da morte de Luana e da amiga Andressa causou comoção entre moradores da Rocinha e da Estrada das Canoas, onde Luana nasceu e foi criada. Seu pai é vice-presidente da associação de moradores do local.

De acordo com amigos das vítimas e moradores da Rocinha, as duas meninas, que sumiram dia 9, teriam sido mortas no dia 11. Depois, tiveram seus corpos cortados, carbonizados e enterrados na mata.

O motivo, ainda de acordo com informações de moradores revoltados, seria de um suposto relacionamento dela com um policial. “Um parente chegou a pedir pelo menos o corpo, para fazer o enterro, e os traficantes disseram para esquecer, porque não ia ter corpo”, contou um amigo.

Linda, alto astral e com perfil de líder

Amigas relatam que, ‘além de linda, Luana era muito alto astral’. Mãe de um menino de 2 anos, ela estava sempre brincando, se divertindo, mas já mostrava certa liderança, como o pai. Há duas semanas, chegou a ir a encontro comunitário no 23º BPM (Leblon). “Ela ficou quieta, na dela, mas já mostrava interesse nas questões da comunidade dela”, relata um homem que esteve no encontro no batalhão.

Luana participava de concursos de modelo e de eventos na própria Rocinha. Nas festas de fim de ano, quando artistas e atletas subiam o morro para distribuir donativos na campanha Natal Sem Fome, a jovem gostava de se vestir de Mamãe Noel: “Ela estava sempre fazendo eventos, porque era muito bonita, para ganhar um dinheirinho a mais”, conta um amigo.

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