terça-feira, 17 de agosto de 2010

Casal é assaltado e agredido na Av. Brasil. E a polícia só assiste

Herculano Barreto Filho

Violência em Irajá

O jogador de futebol, com a marca da agressão no alto da cabeça. Foto: Cléber Júnior

Oito bandidos, armados com fuzis, espancaram vítimas com chutes e coronhadas, roubaram dois carros e aterrorizaram motoristas na Avenida Brasil, na altura de Irajá, no fim da madrugada deste sábado.

O crime ocorreu a cerca de cem metros de um posto da Polícia Militar, no sentido Centro da pista. Uma dona de casa de 30 anos, que pediu ajuda ao policial de plantão no posto, disse que ele admitiu ter presenciado o crime, mas não agiu.

A perseguição começou quando um jogador de futebol de 30 anos, que conduzia um Golf e estava com a mulher no carona, percebeu que um dos ocupantes de um Citroën C-4 Pallas estava apontando um fuzil para o seu carro. Ele acelerou e tentou despistar os bandidos, mas foi rendido quando criminosos que davam cobertura ao grupo, num Corolla, fecharam a passagem e colidiram no seu veículo.

Chutes e coronhadas

O homem foi agredido a coronhadas e precisou levar cinco pontos na cabeça.

— Eles saíram do carro perguntando se eu fugi porque era “polícia” e começaram a me agredir. Fiquei todo ensanguentado, no meio da Avenida Brasil.

A mulher foi arrancada do carro pelos cabelos e recebeu chutes na barriga. Tudo isso bem no meio da Avenida Brasil, que foi fechada pelos bandidos. Na fuga, eles ainda levaram um Corsa de outro motorista que passava pelo local.

Mulher: ‘Ele viu tudo e não fez nada’

A cabine da PM que fica perto do local do crime: policiais negam ter ouvido ou visto o ataque. Foto: Cléber Júnior

'Ele (o PM) viu e não fez nada. Mas foi melhor assim. O policial que estava lá iria morrer com a gente'. Parecendo conformada, a dona de casa agredida pelos bandidos afirmou, nesta segunda, que o PM dentro da cabine na Avenida Brasil não trocou tiros com os bandidos — e nem deveria, na opinião dela — ou pediu reforço para interceptar os ladrões em outro ponto da via. Ela e o marido descreveram os momentos de medo e impotência vividos no fim da madrugada de sábado.

— Eles fecharam a Brasil e desceram, com fuzis. Estavam todos bem vestidos. Usavam cordão de ouro no pescoço e não falavam gírias. Eles me agrediram com coronhadas na cabeça. Só não me mataram ali mesmo porque um outro homem desceu de um dos carros e disse: “Não mata, não”. Achei que ia morrer — disse o marido.

O Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) pode instaurar Inquérito Policial Militar (IPM) ainda nesta terça para apurar o episódio. Os dois PMs que estavam de plantão no posto negaram a versão dada pelas vítimas e disseram que só ficaram sabendo do crime após a chegada da mulher.

A PM afirmou ter tomado providências após o crime, intensificando a fiscalização na Avenida Brasil, com patrulhamentos, blitzes e carros descaracterizados, para localizar os criminosos envolvidos nos dois roubos na via, próximo à Favela do Amarelinho.

O crime está sendo investigado pela 27 DP (Vicente de Carvalho), que apura a possibilidade de envolvimento de duas quadrilhas que atuam na área. O casal que foi vítima do ataque irá à delegacia nesta terça para tentar identificar suspeitos.

Casos de Polícia: Extra Online

Nenhum comentário: