segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Seis policiais militares são acusados de participação no desvio de 1,3 milhão de litros de gasolina

Carolina Heringer

Seis policiais militares - quatro deles lotados no 16º BPM (Olaria), um integrante do 3º Comando de Policiamento de Área (CPA) e outro membro do Comando de Operações Especiais (COE) - foram acusados num Inquérito Policial Militar de participar do desvio de 1,3 milhão de litros de gasolina no 16º BPM, por pelo menos um ano. No grupo, há oficiais. O resultado da investigação foi publicado no boletim interno da PM.

De acordo com o relatório, os pedidos de combustível eram feitos quase diariamente. Às vezes, a quantidade solicitada ultrapassava os 15 mil litros de capacidade de armazenamento do tanque do 16º BPM. Para aumentar o valor da fraude, notas fiscais de outros batalhões eram lançadas no livro da unidade.“Comprova-se o desvio com a total discrepância entre a quantidade de gasolina que entrava no tanque do 16º BPM e a quantidade de gasolina gasta no período”, afirma o documento.

Segundo as investigações, o sargento Daniel Azevedo Moura Ramos fazia os pedidos de gasolina à Subseção da Diretoria de Logística, responsável pelo controle de combustíveis da PM. Quanto aos outros cinco acusados, não há provas de que atuavam diretamente no esquema, mas, segundo a investigação, eles foram, no mínimo, coniventes.

Para que as solicitações do sargento Daniel fossem aceitas, era preciso ter a assinatura do tenente Cesar Augusto Chaves Machado, Oficial Chefe de Manutenção do 16º BPM. O subtenente Arthur Buarque Caetano, também lotado na unidade, atestava o recebimento da gasolina e lançava as notas fiscais num livro. As informações eram levadas à P4 do 16º BPM (setor responsável pela logística do batalhão), onde eram aprovadas pelos majores Rafael Pereira Freire, do COE, e Emerson José dos Santos, do 16º BPM.

O sexto citado é o do major Flávio dos Santos Cardozo, chefe da Subseção da Diretoria de Logística do 3º CPA. Um sargento disse ter relatado as fraudes ao oficial, sem que providências fossem tomadas.

Indícios de crime militar

O relatório da PM concluiu que há indícios de que o sargento Daniele cometeu crime militar por extravio de combustível. No relatório, é apontado ainda que o PM tem bens que são incompatíveis com a sua renda. Em relação ao tenente Augusto e o subtenente Arthur, também há sinais de prática do mesmo delito, mas de forma culposa (sem intenção). Os majores Emerson, Flávio e Rafael, segundo o documento, também incorreram em crime militar por não terem percebido a fraude.

A PM afirmou que não teria como informar, no fim de semana, o que acontecerá com os policiais. Procurado, o sargento Daniel disse que se pronunciaria somente após falar com seu advogado. Os outros PMs não foram localizados.

Extra.globo.com

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